
O Ministério da Saúde de Gaza aponta indícios de tortura e execuções sumárias em corpos de prisioneiros palestinos devolvidos por Israel após o acordo de cessar-fogo na região. Desde que o governo israelense e o grupo Hamas concordaram com a trégua, restos mortais de 150 pessoas foram transferidos de volta para Gaza.
Segundo a emissora do Catar Al Jazeera, corpos entregues ao Hospital Nasser estavam algemados e vendados, indicando que foram vítimas de execuções. As informações também foram confirmadas pelo jornal britânico The Guardian, que analisou imagens de 135 corpos que foram mantidos na prisão israelense Sde Teiman. Uma das fotos mostra um homem com uma corda amarrada ao pescoço.
Mutilações, órgãos retirados e a falta de identificação dos restos mortais dificultam o trabalho da perícia, forçando familiares a se basearem em roupas e características físicas para a identificação.
Eyed Bahoum, diretor administrativo do complexo médico Nasser, em Khan Younis, afirma que os corpos não continham “nomes, apenas códigos” e que o processo de identificação já começou.
O Ministério da Saúde em Gaza afirma que as descobertas incluem “sinais claros de tiros à queima-roupa e corpos esmagados sob rastros de tanques israelenses”. Sde Teiman, a prisão onde o governo israelense armazenou muitos dos cadáveres, acumula denúncias de torturas e maus tratos de prisioneiros.
Em 2024, o exército israelense abriu uma investigação criminal, ainda em andamento, sobre as mortes de 36 prisioneiros palestinos na prisão, localizada no deserto de Negev. O The Guardian também apurou relatos de pessoas mantidas em jaulas, vendadas e algemadas a camas de hospital.
O diretor do departamento de prisioneiros e detidos da Physicians for Human Rights Israel (PHR), Naji Abbas, declarou ao jornal britânico que “os sinais de tortura e abuso nos corpos de palestinos devolvidos por Israel a Gaza são horríveis, mas, infelizmente, não são surpreendentes”.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) não responderam a questionamentos quanto às condições dos restos mortais de prisioneiros palestinos

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