Assalto ao Museu

Diamante deixado para trás em roubo no Louvre tem fama de "maldito"

Colonialismo, traição e mortes de nobres franceses marcam a história da joia que acabou sendo "ignorada" durante a invasão do museu parisiense

Jóia preciosa teve donos como Napoleão, Maria Antonieta, Luís XV, entre outros -  (crédito: Reprodução Museu do Louvre)
Jóia preciosa teve donos como Napoleão, Maria Antonieta, Luís XV, entre outros - (crédito: Reprodução Museu do Louvre)

Um impressionante assalto ao Museu do Louvre, na França, chamou a atenção de todo o mundo, no último domingo (19/10). Ladrões levaram joias estimadas em mais de US$ 100 milhões em uma ação que durou apenas 8 minutos. Curiosamente, um diamante de mais de 400 quilates foi deixado para trás pelos criminosos.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Conhecida como Diamante Regente ou Diamante Pitt, a joia é avaliada em cerca de US$ 60 milhões e possui fama de amaldiçoada devido aos infortúnios que acometeram os antigos donos. Assim como grande parte das joias exibidas no Louvre, o tal diamante tem raízes sangrentas no colonialismo europeu. 

De mão em mão até o Louvre

O diamante foi descoberto por volta de 1700 por um escravo nas Minas de Kollur, na Índia. Segundo o jornal indiano First Post, o homem planejava trocar a joia pela liberdade e decidiu negociar com um capitão inglês.

O combinado era que o inglês ficasse com parte do diamante pela fuga do escravo, mas o capitão roubou a pedra e matou o escravo, atirando-o no mar. A joia foi vendida pela primeira vez a um comerciante de diamantes indiano que a revendeu ao governador do Forte St. George, Thomas Pitt (por isso, o nome Diamante Pitt).

O diamante acabou chegando na Inglaterra, onde foi lapidado em formato de almofada. O processo de lapidação durou dois anos. Boatos de que Pitt teria adquirido a pedra de forma fraudulenta começaram a circular e o diamante acabou vendido a Felipe II, regente francês, em 1717. 

Na França, a joia ganha o nome de “Diamante Regente” e passa pelas coroas de Luís XV e Luís XVI, chegando até a adornar um chapéu de Maria Antonieta, a última rainha francesa antes da revolução.

Com a chegada  do período revolucionário, o diamante é roubado, utilizado para financiar despesas militares, penhorado, até chegar nas mãos de Napoleão Bonaparte. Ou melhor, no punho da espada do famoso general. 

Em pouco tempo, a joia é levada para o Império Austríaco pela segunda esposa de Napoleão, a arquiduquesa Maria Luísa da Áustria, só para ser devolvida à coroa francesa pelo pai da nobre. 

Por fim, ele foi montado nas coroas de Luís XVIII, Carlos X e Napoleão III, e termina em um diadema da Imperatriz Eugênia. É neste ornamento que o diamante estava até hoje, no Museu do Louvre.

Maldição

A fama de maldito vem do fim trágico de muitos donos da joia. Começando pelo escravo que a encontrou e foi atirado ao mar, passando por protagonistas da Revolução Francesa — Luís XV morre de gangrena alguns anos depois de adquirir a joia e Maria Antonietta é executada pelos revolucionários — até chegar em Napoleão Bonaparte e Napoleão III, ambos exilados antes de morrer. 

Durante o assalto ao Louvre, os ladrões levaram itens valiosos como a tiara, o colar e um brinco do conjunto de safiras das rainhas Maria Amélia e Hortênsia; e o colar e um par de brincos de esmeraldas do conjunto da Imperatriz Maria Luísa. Não se sabe por qual motivo o Diamante Regente foi deixado para trás pelos criminosos.

  • Google Discover Icon
postado em 24/10/2025 23:53
x