
Quase 3 mil vacas e bezerros correm risco de vida depois de terem ficado presas, por meses, em um navio cargueiro que saiu do Uruguai com destino à Turquia. Depois de deixar a América do Sul, o Spiridon II, embarcação em condições precárias, não recebeu a autorização de desembarcar os animais.
De acordo com informações do portal World Animal Protection, o navio partiu de Montevidéu em 19 de setembro deste ano com 2.901 vacas à bordo. Em 22 de outubro, a embarcação chegou ao destino, o porto de Bandirma, na Turquia. O desembarque da carga, no entanto, não foi autorizado pelas autoridades do país. Agora obrigada a retornar, a tripulação só chegará ao Uruguai, de acordo com previsões, no dia 14 de dezembro.
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A causa do veto foi a ausência de brincos ou chips eletrônicos obrigatórios em 469 animais. Com isso, o Spiridon II passou mais de três semanas ancorado, impossibilitado de descarregar as vacas. O impasse tornou a situação precária. Além de superlotação e problemas de ventilação, os animais enfrentam escassez de água e comida.
Portanto, a maioria não deve sobreviver ao retorno. A tripulação, além disso, não tem o treinamento necessário para cuidar dos animais. Da mesma forma, também se encontram carentes de recursos básicos. Metade das vacas está prenha. Abortos, no entanto, são quase inevitáveis em decorrência da falta de higiene. Cerca de 140 bezerros nasceram, mas têm poucas chances de sobrevivência. Até agora, estimativas iniciais apontam para a morte de 58 vacas.
O retorno foi classificado por Maria Boada Saña, representante da fundação Animal Welfare, como uma "viagem de morte". Para ela, um retorno em vida para a maioria dos animais é improvável. Os bichos "não devem sobreviver", de acordo com a ONG.

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