
O Ministério Público francês voltou a pedir, nesta terça-feira (26/11), a condenação da Airbus e da Air France pelo acidente do voo AF447, que caiu no Oceano Atlântico em 2009 durante trajeto entre Rio de Janeiro e Paris, deixando 228 mortos. O recurso apresentado pela promotoria ocorre durante o julgamento em segunda instância, que tenta reavaliar as conclusões da primeira decisão judicial. As duas empresas foram absorvidas por falta de provas de nexo causal direto na primeira instância. As informações são da Agência Estado.
Na apelação, o MP sustenta que tanto a fabricante quanto a companhia aérea cometeram falhas que contribuíram para a tragédia. No centro da acusação estão os sensores de velocidade do Airbus A330 (sondas Pitot) cujo congelamento em meio a uma tempestade desencadeou uma sequência de erros de leitura nos instrumentos da cabine. Segundo a promotoria, a Airbus já havia registrado incidentes anteriores envolvendo o equipamento e não tomou medidas eficazes para alertar sobre os riscos ou substituí-lo a tempo.
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A Air France é acusada de falhas no treinamento das tripulações para lidar com panes desse tipo. Para investigadores e familiares das vítimas, a falta de preparo dos pilotos agravou a confusão no cockpit após o congelamento dos sensores. A situação levou a comandos incorretos e ao estol da aeronave.
A primeira decisão judicial, de 2023, absolveu as empresas sob o argumento de que, apesar de falhas administrativas e técnicas terem sido identificadas, não era possível demonstrar com segurança o vínculo direto entre essas omissões e a queda do avião, como exige a legislação penal francesa. O MP e as famílias das vítimas contestam essa conclusão, alegando que as negligências foram determinantes para o desastre.
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No julgamento de apelação, os presidentes da Airbus e da Air France compareceram pela primeira vez às audiências. Ambos expressaram condolências, mas reafirmaram que não enxergam responsabilidade criminal das empresas no acidente.
A decisão final ainda não tem data para ser anunciada. As famílias esperam que a corte reconheça a responsabilidade penal das duas companhias 16 anos depois da tragédia. A reportagem do Correio tentou contato com a Air France e a Airbus, mas não obteve retorno até a ultima atualização desta matéria.
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