Rússia-Ucrânia

Papa faz apelo por diálogo Rússia-Ucrânia e recorda situação em Gaza

Em seu primeiro Natal como pontífice, Leão XIV também reservou palavras para a América Latina e seus líderes, e aos migrantes

Leão XIV fez um apelo nesta quinta-feira (25) para que Rússia e Ucrânia tenham a
Leão XIV fez um apelo nesta quinta-feira (25) para que Rússia e Ucrânia tenham a "coragem" de negociar de forma "direta" o fim da guerra - (crédito: Tiziana FABI / AFP)

Leão XIV fez um apelo nesta quinta-feira (25) para que Rússia e Ucrânia tenham a "coragem" de negociar de forma "direta" o fim da guerra, e destacou a situação humanitária em Gaza, em seu primeiro Natal como papa.

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"Rezamos especialmente pelo atribulado povo ucraniano, para que cesse o estrondo das armas e para que as partes envolvidas, com o apoio da comunidade internacional, encontrem a coragem para dialogar de maneira sincera, direta e respeitosa", declarou em sua bênção 'urbi et orbi' (à cidade e ao mundo).

A Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, aguarda a resposta de Moscou ao plano atualizado dos Estados Unidos para tentar encerrar o conflito. As negociações diretas mais recentes aconteceram há seis meses e não resultaram em qualquer trégua das hostilidades. 

Segundo os detalhes revelados na quarta-feira (24) pelo presidente ucraniano Volodimir Zelensky, o plano de Washington para a Ucrânia propõe congelar a frente de batalha e abre caminho para a criação de zonas desmilitarizadas.

"Frágil é a carne das populações indefesas, provadas por tantas guerras, em curso ou concluídas, que deixam para trás escombros e feridas abertas", disse o pontífice um pouco antes, em sua homilia, durante a missa celebrada na basílica de São Pedro, no Vaticano.

Em seu sermão, o papa destacou a situação humanitária difícil em Gaza, após uma guerra devastadora de dois anos entre o grupo Hamas e Israel que deixou dezenas de milhares de mortos, além de ter forçado o deslocamento da população em diversas ocasiões.

Neste sentido, Leão XIV recordou as "tendas de Gaza, expostas durante semanas à chuva, ao vento e ao frio", e as centenas de milhares de habitantes do território que enfrentam o inverno em condições extremas.

O pontífice, que tem cidadania americana e peruana, também reservou palavras para a América Latina e seus líderes, e aos migrantes que "percorrem o continente americano" em busca de um futuro melhor.

"Que o menino Jesus inspire aqueles que têm responsabilidades políticas na América Latina para que, ao enfrentar os numerosos desafios, deem espaço ao diálogo pelo bem comum e não às exclusões ideológicas e partidárias", declarou após a missa.

O único país da região mencionado pelo nome foi o Haiti, para o qual pediu o fim de "toda forma de violência e que possa avançar pelo caminho da paz e da reconciliação".

Leão XIV, eleito líder da Igreja Católica em maio, celebrou na noite de quarta-feira sua primeira Missa do Galo como papa, quando enviou uma mensagem de "caridade e esperança".

- Esperança em Gaza -

Em Gaza, a minúscula comunidade católica compareceu à Missa do Galo na quarta-feira, no único templo católico deste território palestino.

"A guerra, em todas as suas formas, tem sido muito dura para todos nós que vivemos nesta terra. Esperamos que este ano marque o início de uma nova fase, na qual a guerra termine completamente e a vida retorne à Gaza", disse Elias Al Jalda, um cristão de Gaza, à AFP.

"Nossas celebrações são muito limitadas. Tentamos viver da melhor maneira possível com o que temos e esperamos que o próximo ano traga mais paz e amor", afirmou Rami al Far, outro fiel que assistiu à missa.

A guerra de Gaza, iniciada com o ataque sem precedentes do movimento islamista Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, forçou o cancelamento nos últimos dois anos das celebrações em Belém, a cidade palestina onde, segundo a Bíblia, nasceu Jesus.

Com a trégua em Gaza, no entanto, a cidade localizada na Cisjordânia recuperou o espírito festivo. Centenas de fiéis se reuniram para a Missa do Galo na Igreja da Natividade.

- Política e desastres naturais -

Na ilha indonésia de Sumatra, devastada pelas inundações que deixaram mais de mil mortos e pelo menos 170 desaparecidos em novembro, a Igreja Protestante de Angkola recebeu os fiéis, incluindo muitos que ainda vivem em abrigos. 

Krismanto Nainggolan, que perdeu a casa nas enchentes, no distrito de Tapanuli Sul, disse que a celebração de Natal deste ano foi "diferente" e agridoce.

"Os sentimentos são contraditórios. Cada palavra do pastor nos fez chorar. Mas o espírito do Natal nos dá força", disse à AFP.

As tempestades também ameaçam outras regiões do mundo. Na Califórnia, Los Angeles e a maior parte do sul do estado estavam em alerta para inundações repentinas. As autoridades, que temem o equivalente a vários meses de chuva nos próximos dias, emitiram ordens de saída imediata para centenas de residências.

Na Turquia, as autoridades anunciaram a detenção de 115 supostos membros do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), suspeitos, segundo a Procuradoria-Geral de Istambul, de planejar atentados durante as festas de fim de ano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dirigiu uma mensagem natalina em tom pouco amigável a seus opositores democratas.

"Feliz Natal a todos, incluindo a escória da esquerda radical que está fazendo de tudo para destruir nosso país, mas está falhando miseravelmente", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

 

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AF
postado em 25/12/2025 12:25 / atualizado em 25/12/2025 14:06
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