ELEIÇÕES 2022

Lula, Moro, Doria e Ciro apostam no marketing eleitoral; Bolsonaro, não. Quem está certo?

O repertório eleitoral do quarteto de oposição está sendo moldado. Mas, no meio político, há a certeza de que os principais adversários de Bolsonaro vão centrar fogo na narrativa do fracasso administrativo do presidente

Roberto Fonseca
postado em 04/02/2022 06:00 / atualizado em 11/03/2022 09:39
 (crédito: Startaê Team/Unsplash)
(crédito: Startaê Team/Unsplash)

O oitavo aumento seguido na taxa básica de juros servirá para alimentar ainda mais a chama da eleição presidencial que se aproxima. Estamos a exatos 240 dias da disputa do primeiro turno e, com Selic a 10,75% ao ano, o impacto da medida ocorrerá ao longo do ano, com tendência de um menor crescimento econômico e aumento do desemprego — duas situações que atrapalham a candidatura do presidente Jair Bolsonaro à reeleição.

A 34 domingos de os brasileiros irem às urnas, as candidaturas entram na fase de ajustes e definições de alianças e discurso. Quatro dos principais postulantes ao Palácio do Planalto — o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador João Doria, o ex-juiz Sergio Moro e o ex-ministro Ciro Gomes — já escolheram os marqueteiros responsáveis pelas campanhas, que começam a preparar as linhas a serem seguidas durante o pleito.

O repertório eleitoral do quarteto de oposição está sendo moldado. Mas, no meio político, há a certeza de que os principais adversários de Bolsonaro vão centrar fogo na narrativa do fracasso administrativo do presidente. Crise econômica, deliberada demolição da política ambiental e o desrespeito à diversidade étnica, cultural e de gênero serão temas que devem ser tratados à exaustão. O risco à saúde pública, evidenciado pela falta de uma política para o combate à pandemia do novo coronavírus, como revelado pela CPI do Senado, também estará no cerne do debate eleitoral.

Por isso, chama a atenção a estratégia de Bolsonaro de não escolher uma pessoa para comandar o discurso de campanha até agora. Um dos pilares do marketing político é de que, quanto mais cedo o candidato escolher o marqueteiro, melhor para as propostas saírem do campo teórico para a prática. As eleições de 2018 mostraram que as estratégias da velha política, como alianças e programa eleitoral de rádio e televisão, se revelaram um verdadeiro fracasso. A onda bolsonarista varreu o antigo estilo de se fazer campanha. Entretanto, não há a garantia de que tal fenômeno vai se repetir este ano.

Assim, resta saber como será recebida pela população a volta da propaganda partidária a partir de março — uma espécie de prévia da campanha. Até o fim do primeiro semestre, os partidos vão utilizar o tempo destinado no rádio e na tevê para apresentar os pré-candidatos. Uns patinam nas pesquisas e podem pular fora da disputa eleitoral. Outros avaliam que será a grande chance de se tornar um rosto conhecido e de bem com o eleitorado. A ver.

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