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Artigo — Único propósito: matar

Parede do templo islâmico desabou com a explosão, em Peshawar     -  (crédito: Maaz Ali / AFP)
Parede do templo islâmico desabou com a explosão, em Peshawar - (crédito: Maaz Ali / AFP)
postado em 01/02/2023 06:00

Sob pretexto de barganha política ou religiosa, grupos terroristas impõem medo; segregam a população, que se sente insegura; e espalham morte, caos e destruição. Sob o manto da fé, violam, inclusive, locais dedicados à adoração por Alá e ao profeta Maomé. O atentado da última segunda-feira, em Peshawar, no noroeste do Paquistão, é prova disso. Um homem-bomba se explodiu em meio à multidão de fiéis e durante as orações, em uma mesquita situada dentro do complexo da polícia. Pelo menos 100 pessoas morreram, em sua maioria policiais. O terrorista profanou não somente o templo islâmico, mas a própria religião muçulmana. Em nome de Alá, matou seguidores de Alá e vilipendiou a fé. 

Em quase 18 anos de Correio, tive a oportunidade de entrevistar extremistas do Hamas, do Talibã, do Estado Islâmico e um autopropagado porta-voz da rede terrorista Al-Qaeda na Europa. Alguns deles trazem um discurso disfarçado de moderação e quase todos apontam o Ocidente como o maior dos males. O terrorismo jamais deve ser considerado como instrumento de coerção ou pressão.

É simplesmente um meio para matar e, algumas vezes, também morrer em busca do "martírio". Nesse tempo de jornalismo, também falei com especialistas em contraterrorismo. Todos assumem que é preciso que os países ocidentais acionem os mecanismos de cooperação de inteligência internacionais e reforcem a vigilância interna. A coleta de dados e o rastreamento de grupo e indivíduos suspeitos, os potenciais "lobos solitários", são essenciais para coibir complôs e evitar tragédias. Os atentados de 11 de setembro de 2001 em Washington e em Nova York deveriam servir de ponto de guinada na luta antiterrorismo.

Países onde o extremismo prospera têm a obrigação moral, perante o mundo, de cortar as linhas de financiamento dessas facções e de punir exemplarmente as suas vozes mais influentes. Por mais irônico que possa parecer, é em muitas mesquitas que recrutadores e propagadores do ódio buscam os agentes da morte. Assim como as nações ocidentais precisam extirpar de seu seio a islamofobia e o sentimento de repulsa aos imigrantes. Não deveria haver espaço para sementes do terror no planeta. É urgente que o mundo e o islã encontrem a paz.

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