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REDES SOCIAIS

Análise: o grupo de trabalho contra o discurso de ódio e ao extremismo é uma boa ideia

Nas ruas, a radicalização dá nítidos sinais que esfriou. O assunto Lula-Bolsonaro desapareceu das mesas de bares e pontos de convívio social. Na redes sociais, não. O comportamento radical segue a todo vapor

Twitter. Facebook. YouTube. Celular. Instagram. redes sociais -  (crédito: Adem AY/Unsplash)
Twitter. Facebook. YouTube. Celular. Instagram. redes sociais - (crédito: Adem AY/Unsplash)
postado em 24/02/2023 06:00

Em meio à folia nas ruas brasileiras depois de três anos e a uma tragédia no litoral de São Paulo marcada mais uma vez pela omissão do poder público, a criação de um grupo de trabalho para propor formas de combate ao discurso de ódio e ao extremismo é um ponto que merece reflexão. O colegiado, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, é composto por representantes do governo federal e da sociedade civil.

Eles não serão remunerados. A lista de nomes divulgada traz personalidades como o youtuber Felipe Neto; a jornalista Patrícia Campos Melo, que inclusive foi alvo de ataques e mensagens de ódio e tem um livro publicado sobre o assunto; e a antropóloga e pesquisadora Débora Diniz. São pessoas que vivenciaram de perto a intolerância hoje existente nas redes sociais. Há também psicanalistas, advogados, sociólogos.

Acredito que a discussão vem em um bom momento. Presenciamos um carnaval pacífico e ordeiro, com foliões utilizando poucas fantasias com críticas tanto ao governo atual quanto ao anterior. E acho que aí está a grande diferença. Nas ruas, a radicalização dá nítidos sinais que esfriou. O assunto Lula-Bolsonaro desapareceu das mesas de bares e pontos de convívio social.

Na redes sociais, não. O comportamento radical segue a todo vapor, estimulado por perfis que ganham dinheiro com a cisão política, seja por meio de doações via pix seja pela monetização de vídeos. Os principais grupos que semeavam o ódio no Telegram estão desativados, por decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral, mas as bolhas seguem vivas. Mensagens com notícias faltas são compartilhadas a todo vapor.

Por isso, vejo com bons olhos a criação do grupo de trabalho. Precisamos, sim, de uma atualização da legislação. O mundo é dinâmico. A remoção de conteúdo falso, por determinação judicial, precisa ser célere para reduzir os danos. Assim, não vejo o GT de forma alguma como uma tentativa de calar a oposição, mas, sim, como a busca por regras que desestimulem o ódio. O Brasil precisa de paz e união.

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