ARTIGO

O futebol equatoriano pulsa

O século 21 tem sido marcado, na América do Sul, pela revolução no futebol equatoriano. Eles estão trabalhando

PRI-2510-ESP_opini -  (crédito: maurenilson)
PRI-2510-ESP_opini - (crédito: maurenilson)

Há quem insista em ficar surpreso com feitos como o da Liga Deportiva Universitaria (LDU) na vitória por 3 x 0 contra o Palmeiras no jogo de ida das semifinais da Libertadores, ou atribua o sucesso à altitude de 2.850m de Quito. Discurso raso e preguiçoso. O século 21 tem sido marcado, na América do Sul, pela revolução no futebol equatoriano. Eles estão trabalhando.

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O técnico Tiago Nunes é apenas mais um na lista de missionários da bola como Edgardo "Paton" Bauza, Sebastián Beccacece, Luis Zubeldia, Miguel Ángel Ramirez, Reinaldo Rueda, Gustavo Alfaro e tantos outros. O gaúcho de Santa Maria assumiu a prancheta da LDU há 23 partidas. O processo perene vem de longe.

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O Barcelona de Guayaquil perdeu títulos da Libertadores para o Olimpia (1990) e o Vasco (1998). O "boom" do Equador começou no início do século 21 com a classificação inédita para a Copa de 2002. Até então, o país dividia com a Venezuela a fama de patinho feio. A autoestima aumentou com a ida ao Mundial de 2006, a passagem inédita às oitavas de final e as participações nas edições realizadas no Brasil (2014) e no Catar (2022). Das sete copas no século, La Tricolor participou de cinco, incluindo a de 2026. A seleção ficou em segundo lugar nas Eliminatórias, atrás somente da campeã simbólica Argentina.

Paralelamente, os clubes equatorianos ganhavam respeito nas competições continentais. A LDU conquistou a Libertadores em 2008 contra o Fluminense, a Sul-Americana em 2009, novamente contra o tricolor carioca, e em 2023 diante do Fortaleza. O time também faturou a Recopa em 2009 e em 2010. Em 2016, o Independiente Del Valle disputou o principal título continental contra o Atlético Nacional da Colômbia. Nas versões de 2019 e 2022, levou a Sul-Americana. Em 2023, bateu o Flamengo na Recopa, no Maracanã.

Um dos segredos do Equador é a formação. O país faz sucesso na base. Ganhou o Sul-Americano Sub-20 em 2019. No mesmo ano, terminou o Mundial Sub-20 em terceiro lugar, na Polônia. Perdeu para a Coreia do Sul nas semifinais e derrotou a Itália na decisão do terceiro lugar. No Sub-17, ficou em quarto no Sul-Americano de 2015. No mesmo ano, alcançou as quartas de final no Mundial da categoria.

No meio deste ano, estive nos EUA na cobertura da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Não havia time equatoriano, porém a idolatria por dois jogadores arrastou fãs à Philadelphia e a New Jersey. Eles se mobilizaram por Pacho, zagueiro do Paris Saint-Germain, e Caicedo, volante do Chelsea. A presença nos elencos do atual campeão da Champions League e do Mundial, respectivamente, explicar a produção em série de talentos. O Independiente del Valle é uma das indústrias de ponta. Conquistou a Libertadores Sub-20 em 2020. Foi vice em 2018, 2022 e 2023.

Inserido na revolução equatoriana, Tiago Nunes pode se tornar o segundo técnico do país a levar um time de fora do Brasil à final da Libertadores. O carioca Ricardo "Tuca" Ferretti comandava o Tigres do México na final de 2015 contra o River Plate. Respeitem as linhas dos times do Equador!

 

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MP
postado em 25/10/2025 06:00
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