
Fruto Proibido, de Rita Lee e Tutti Frutti, um dos discos mais icônicos da música pop brasileira, completa 50 anos em 2025. A data está sendo celebrada pela Universal Music Store. A gravadora colocou em pré-venda um box de luxo, em edição limitada. A caixa vem com o álbum em sua arte original, em vinil roxo marmorizado, o raro compacto, além de uma foto da cantora, na turnê que ocorreu logo em seguida.
Rita fez a direção musical do LP em uma casa emprestada, à beira da represa em Ibiúna, onde morou por alguns meses com os músicos da banda e duas cobras. O inglês Andy Mills, ex -técnico de som de Alice Cooper, também morava com eles, e pilotou a produção. A gravação foi no Estúdio Eldorado, na Rua Major Quedinho, no centro de São Paulo.
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Santa Rita de Sampa assinou todas as composições, sendo a metade delas sozinha. Além da já citada, estão no repertório Dance pra não dançar, Fruto Proibido, Agora só falta você, Pirarataria, Esse tal de roque enrow, Luz del Fuego, 4.43, Cartão Postal, L Toque e Ovelha Negra.
Boa parte do rock brasileiro, naquele momento, apontava para o progressivo. Livre como sempre, ela flertava com o blues, classic rock, glam, guitarras, violões acústicos, além do sintetizador. Esse instrumento, aliás, ganha destaque na foto da capa de Fruto Proibido, com a ruiva bela e esvoaçante na sala de jantar da casa dos pais, na Vila Mariana — bairro nobre de São Paulo.
Logo depois de lançar o disco, a roqueira botou o pé na estrada, sendo uma das primeiras artistas nacionais a cumprir longa turnê por várias regiões do país, com passagem por Brasília, cantando sempre para numerosas e diversificadas plateias, formadas, predominantemente, por jovens.
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Assisti a vários shows de Rita. Dois guardei na memória: um deles foi o que abriu o concerto do Rolling Stones, no Maracanã, em 14 de fevereiro de 1995. O outro, em frente ao Congresso Nacional, em 15 de maio de 2012, por um fato excentrico. Quando interpretava o clássico Lança perfume, ficou de costas, abaixou as calças e mostrou o bumbum para o público.
Paralelamente ao Fruto Proibido, está sendo relançado em vinil o único disco solo de Roberto de Carvalho, gravado em 1992. Aos 73 anos, em plena maturidade, o guitarrista e compositor mantém-se em atividade, fazendo shows, gravações e participando de festivais, mas sem nunca esquecer de Rita Lee, a eterna parceira e companheira, paixão e musa inspiradora de quem toca alguns hits.
Num trecho de Beijio da sorte, canção de abertura do disco que está sendo relançado, dedicado a Rita , ele escreveu: "Você é meu oxigênio/ Meu kharma/ Meu dharma/Meu prêmio". Entre outras músicas registradas no disco estão: ABC, Cinzas do passado, Cristais de diamantes e Mentiras.
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Tomei conhecimento de Rita quando ela ainda era vocalista dos Mutantes, banda que acompanhou Gilberto Gil no memorável Festival da Record de 1967, em Domingo no Parque. Logo depois, ela se juntaria a Gil, Caetano Veloso e Tom Zé na Tropicália, movimento que propôs uma revolução no âmbito da cultura brasileira.
Entrevistas que fiz com ela e os diversos shows que assisti, forneceram-me elementos de um dos capítulos do MinhTrilha Sonora, livro que lancei para comemorar meus 40 anos como repórter e colunista do Correio Braziliense.
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