ARTIGO

Entre perdas e escolhas

Que o próximo ano nos encontre mais atentos às nossas escolhas, mais responsáveis com os sentimentos alheios e mais honestos com nós mesmos

Mulher segurando placa de ponto de interrogação -  (crédito: Freepik)
Mulher segurando placa de ponto de interrogação - (crédito: Freepik)

 Chegamos a mais um fim de ano e, com ele, às reflexões. Sobretudo os anseios e a esperança de um ano novo melhor: um novo emprego, um salário mais digno, um novo amor, viagens, novos começos. É tempo também de deixar para trás tudo o que fez mal, tudo o que nos feriu, nos entristeceu e nos fez sofrer. É impossível não fazer um balanço — não apenas do que foi feito, mas de quem esteve ao nosso lado e de quem ficou pelo caminho.

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A verdade é que muita coisa fica pelo caminho. E muita gente também precisa ser deixada nele. Às vezes, mesmo com todo cuidado, fazemos escolhas erradas. Escolhemos amizades erradas. E, quando percebemos, somos traídos, passados para trás, usados. Mas é aí que está um dos segredos da vida: não importa o que o outro fez, como fez ou por que fez. O que realmente importa é como você agiu, como você foi leal, como foi correto, como estendeu a mão.

Claro que dói. Claro que entristece. Mas cada pessoa que passa pela nossa vida, que passou ou que ainda passará será por algum motivo: para nos dar uma palavra de conforto, para nos fazer sorrir, para nos acolher, para nos ouvir. Algumas passam para nos trair e nos derrubar. Outras, para nos ensinar a crescer, a amadurecer, a nos fortalecer. O que não podemos permitir é nos perder. Precisamos saber quem somos, de onde viemos e para onde vamos.

Há alguns anos, estive frente a frente com a morte. Durante semanas, caminhei pelo vale da sombra da morte. Conversei com ela, senti sua presença. Mas ela não me levou. Não era a minha hora. Depois de voltar desse vale escuro, passei a enxergar o mundo de outra forma — com mais cores, mais sensibilidade, mais gratidão pela vida. Desde então, aprendi que nenhuma energia ruim é capaz de me derrubar. Não por arrogância, mas porque fui forjado em algo maior: uma luz de vida que me fortaleceu por dentro. Uma força que me ensinou a seguir, mesmo quando tudo parecia desabar.

Você pode chamar essa força de Deus, de universo, de destino — ou da forma como sua fé preferir. Eu a chamo de Deus. Uma presença inexplicável que colocou anjos no meu caminho, pessoas incríveis que me ajudaram a renascer. Pessoas que carrego no coração para sempre. É esse sentimento de amor e gratidão que levo comigo — e é esse tipo de gente que desejo que encontremos nos próximos anos. Que nossas orações sejam fortes o suficiente para nos proteger e nos afastar de todo mal.

Que o próximo ano nos encontre mais atentos às nossas escolhas, mais responsáveis com os sentimentos alheios e mais honestos com nós mesmos. Porque, no fim das contas, não é o que acumulamos que define quem somos, mas a forma como tratamos as pessoas quando ninguém está olhando.


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postado em 23/12/2025 06:00
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