MEIO AMBIENTE

"Exagerada e desnecessária" diz Salles sobre operação da Polícia Federal

Ministro do Meio Ambiente nega participação em esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais

Augusto Fernandes
postado em 19/05/2021 13:23
 (crédito: Ed Alves/ D.A Press)
(crédito: Ed Alves/ D.A Press)

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, negou o envolvimento em um esquema formado dentro da pasta dele que facilitou o contrabando ilegal de madeira para os Estados Unidos e a Europa, conforme revelado pela Polícia Federal nesta quarta-feira (19/5).

Salles e outras 11 pessoas, dentre elas integrantes do ministério e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram alvos de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e no Pará. O presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado da função por ser acusado de também fazer parte do esquema.

O ministro repudiou a ação da Polícia Federal, que segundo ele foi "exagerada e desnecessária". Salles ainda garantiu que as ações criminosas que a PF afirma que ele teria cometido "jamais aconteceram" e que o Ministério do Meio Ambiente "atua sempre com bom senso, respeito às leis e respeito ao devido processo legal".

"Vou fazer aqui uma manifestação de surpresa com essa operação que eu entendo exagerada, desnecessária. Até porque todos, não só o ministro, como todos os demais que foram citados e foram incluídos nessa investigação estiveram sempre à disposição para esclarecer quaisquer questões", declarou o ministro, em entrevista a jornalistas.

De acordo com Salles, o inquérito que foi formulado pela PF e encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) induziu ao erro o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, que autorizou a operação da autoridade policial nesta manhã.

"Entendemos que esse inquérito, o pouco que sabemos, que não tive acesso ainda, ele foi instruído de uma forma que acabou levando o ministro relator, induzindo o ministro relator a erro. Induzindo justamente a dar impressão de que houve ou que teria havido, possivelmente, uma ação concatenada de agentes do Ibama e do ministério para favorecer ou para fazer o destravamento indevido do que quer que seja", disse.

Ele reiterou que "não há substância em nenhuma das acusações" que constam na investigação da PF. "Embora eu não conheça os autos, já sei qual é o assunto que se trata. Me parece que esse é um assunto que vai ser esclarecido com muita rapidez, porque, efetivamente, tanto como eu já disse, o ministério, quanto o Ibama, agem de acordo com a lei e de acordo com as melhores regras", afirmou.

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