Entrevista

Convocar Bolsonaro à CPI está fora de questão, diz Aziz

Embora admita que há interferência do presidente e do gabinete paralelo no Ministério da Saúde, o senador diz que a convocação seria uma forma de ‘politizar a CPI’

Jéssica Gotlib
postado em 07/06/2021 15:28
Presidente da comissão que investiga os atos do governo brasileiro na pandemia, falou ao Correio sobre os próximos passos da investigação -  (crédito: Ed Alves/CB/DA. Press)
Presidente da comissão que investiga os atos do governo brasileiro na pandemia, falou ao Correio sobre os próximos passos da investigação - (crédito: Ed Alves/CB/DA. Press)

Apesar de admitir a interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas políticas de combate à pandemia, o presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD/AM), afirmou que não pretende convocá-lo a depor. “Não vejo como levar um presidente para uma CPI, isso não existe. Você não tem como nem convidar o presidente”, reforçou. A declaração foi dada em entrevista ao CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — desta segunda-feira (7/6).

Ainda durante a conversa, Aziz defendeu que a convocação de Bolsonaro seria uma tentativa de ‘politizar’ a comissão. Entretanto, logo em seguida, ele ressalta que ficou comprovada a falha do Governo Federal em pelo menos dois momentos até aqui: na negociação por vacinas e na indicação do chamado ‘tratamento precoce’.

“O Butantan acertou a compra e foi até anunciada pelo (então) ministro (Eduardo) Pazuello: ‘a vacina brasileira, a vacina do Brasil’. No dia seguinte, o presidente disse ‘não vou comprar essa vachina, quem manda sou eu, esse vírus chinês’ e acabou a conversa ali”, lembrou citando também as correspondências do laboratório Pfizer enviadas a diversas autoridades, mas que não obtiveram resposta.

Outro ponto importante da estratégia brasileira adotada contra o coronavírus, a busca pela chamada imunidade coletiva e o forte apelo à utilização de fármacos como a ivermectina e a cloroquina foram atribuídas ao presidente Jair Bolsonaro orientado pelo gabinete paralelo. “Isso não saiu da cabeça, nem do (Luís Henrique) Mandetta, que era o primeiro ministro (da Saúde), Mandetta nunca defendeu imunização de rebanho, nem do (Nelson) Teich”, frisou.

Confira a entrevista completa:


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