ELEIÇÕES

Bolsonaro volta a ofender Luís Barroso: "tapado" e mentiroso

Presidente do TSE é novamente xingado pelo chefe do Executivo após divulgar medidas que conferem mais transparência ao sistema eletrônico. Bolsonaro disse ainda que a polícia ou as Forças Armadas poderiam impedir interferência de milícias

Augusto Fernandes
postado em 12/08/2021 21:12 / atualizado em 12/08/2021 21:20
 (crédito: Marcos Correa/PR)
(crédito: Marcos Correa/PR)

O presidente Jair Bolsonaro ofendeu, mais uma vez, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso. Nesta quinta-feira (12/8), o ministro anunciou novas medidas para dar mais transparência ao sistema eleitoral e reforçou os problemas que decorreriam do voto impresso, em especial quanto à segurança das cédulas e à apuração manual feita por mesários. Bolsonaro disse que o magistrado não sabe nada sobre a contagem de votos impressos e o chamou de "tapado" e "mentiroso".

“Ouvi há pouco uma declaração do ministro Barroso, dizendo mais motivos para que não fosse oficializado o voto impresso no Brasil. Uma coisa chocou, porque pega muito mal um ministro do STF mentir, como o Barroso mentiu agora, quando ele disse que, como as votações são feitas em escolas, passariam três ou quatro semanas contando voto e as crianças não poderiam ficar um mês sem aula”, comentou o presidente.

“Ministro, pega mal mentir dessa maneira. Ou, então, és um tapado que desconhece. Há uma enorme diferença em ler papel e escrito à mão, os garranchos eram nomes difíceis de entender, e levavam em média 10 dias e não 30. Hoje em dia, com o sistema que gostaríamos que fosse aprovado, o voto seria impresso. Há uma enorme diferença. A apuração seria feita pelos próprios mesários ali na sessão eleitoral. Média de 400 votos por sessão e quatro pessoas tomando conta. Acredito que duas ou três horas seriam mais que suficientes para contar votos”, completou Bolsonaro.

O chefe do Executivo ainda questionou a preocupação de Barroso quanto à possibilidade de milícias e grupos criminosos interferirem nas eleições caso o voto impresso fosse implementado. “Cada seção tem um policial militar. Muitas vezes tem gente das Forças Armadas participando da operação”, observou Bolsonaro.

“A gente nem devia estar perdendo tempo com isso. Tenho muita coisa importante para fazer no Brasil. Mas tenho que pensar nas eleições do ano que vem não por mim, mas pelo futuro do Brasil”, continuou. O presidente também rebateu as afirmações de Barroso sobre a possibilidade de a urna que imprimiria a cédula com os votos registrados pelo eleitor não funcionar no dia da eleição. “Se o que aparecesse na cédula não fosse o que estava na tela, a culpa é do TSE.”

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