BOLSONARO

"É um democrata", diz Guedes sobre Bolsonaro

Ministro da Economia tenta contornar efeitos deixados na economia por conta dos discursos inflamados do presidente no feriado da Independência

Luana Patriolino
postado em 27/09/2021 19:56
 (crédito: EVARISTO SA / AFP)
(crédito: EVARISTO SA / AFP)

A fim de evitar um desgaste ainda maior na economia brasileira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta reforçar uma imagem de democrata do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário, que esteve envolvido em discursos inflamados e antidemocráticas no feriado de 7 de Setembro, tem adotado uma postura mais branda, após ficar isolado.

O reflexo do comportamento de Bolsonaro na economia tem sido intenso nos últimos meses. Os ativos econômicos, como o dólar e a bolsa de valores, por exemplo, foram os mais impactados pela postura instável do presidente. No entanto, Guedes tenta contornar a crise. “O presidente sempre joga dentro das quatro linhas. Há um script escrito para colocá-lo no papel de golpista. Ele é um democrata. É um produto da democracia”, disse. “Quem ficou no poder 30 anos não pode descredenciar a democracia porque ela resolveu mudar de rumo”, afirmou o ministro.

Além disso, Guedes disse, novamente, que o governo Bolsonaro foi responsável por “descobrir os invisíveis [informais]” e ajudá-los durante a pandemia da covid-19. “Os mais vulneráveis eram os mais desprotegidos. O presidente foi a casa deles, abraçou cada um, abraçou o povo”, elogiou.

Além de Guedes, Jair Bolsonaro também tenta se justificar em relação à pandemia de covid-19. O Congresso Nacional analisa que o presidente deva fazer uma autocrítica em relação à gestão da crise sanitária no Brasil; reconhecer que houve um atraso na compra de vacina; e uma campanha massiva em relação à importância da imunização e combate às fake news.

Precatórios

O ministro Paulo Guedes corre contra o tempo para aprovar, no Senado, a reforma do Imposto de Renda, e, nas duas Casas, a PEC dos Precatórios. Sem isso, não há como turbinar o Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil — uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro. “Nós pedimos apoio para que sigamos com o nosso compromisso”, afirmou.

O chefe da equipe econômica também afirmou que solicitou ao Senado a reconsideração da Medida Provisória (MP) 1.045. O projeto, considerado uma minirreforma trabalhista, foi rejeitado pela Casa neste mês, e na prática, criava subempregos, permitindo abertura de vagas sem direitos como 13° salário, FGTS e férias.

As vagas seriam voltadas para jovem com até 29 anos e idosos. O salário também seria menor que o valor mínimo previsto, com remuneração de R$ 550 para uma jornada de 20 horas semanais.

 

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