CPI da Covid

"Prevent Senior fraudou meu prontuário", diz ex-paciente à CPI

Tadeu Frederico Andrade presta depoimento à comissão nesta quinta-feira (7/10) sobre irregularidades praticadas pela operadora de planos de saúde

Jorge Vasconcellos
postado em 07/10/2021 16:00 / atualizado em 07/10/2021 16:02
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em um dos depoimentos mais impactantes prestados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, Tadeu Frederico Andrade, ex-beneficiário da Prevent Senior, relatou aos senadores, nesta quinta-feira (7/10), que a operadora de planos de saúde fraudou seu prontuário quando ele estava internado com coronavírus. A alteração, segundo o depoente, tinha como objetivo embasar sua transferência da UTI para o setor de cuidados paliativos — destinado a pacientes sem chances de cura pela medicina. Ele assegurou à comissão que, na ocasião, não era essa a sua condição de saúde.

Ao longo das investigações, a CPI reuniu evidências de que a Prevent Senior utilizava os cuidados paliativos para reduzir custos, o que teria provocado a morte de vários pacientes que poderiam ter sobrevivido caso tivessem permanecido na UTI.

"A doutora Daniela insere no meu prontuário 'início dos cuidados paliativos', sem autorização da família, e recomenda que não se faça mais hemodiálise, não se ministre mais antibiótico e também não faça ressuscitação. Ao final, ela diz, no prontuário, que está nas mãos da CPI e do MP de SP: 'Em contato com a filha Maíra, a mesa entendeu e concorda'. Isso é mentira, minha família não concordou", disse o depoente.

"Minha família lutou contra essa poderosa corporação, Prevent Senior. Eles lutaram para que eu não viesse a óbito. Eles não aceitaram a imposição dos cuidados paliativos, prática usada pela Prevent para eliminar pacientes de alto custo [...] Sou uma testemunha viva da política criminosa dessa corporação e de seus dirigentes", continuou.

A Prevent Senior, entre outras irregularidades, é acusada de retirar a citação à covid-19 das certidões de óbitos dos pacientes. O objetivo seria favorecer a defesa do uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença.

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