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Pacheco defende programa social fixo e diz: "Está faltando respeito no Brasil"

A declaração ocorreu durante o encontro regional da legenda no Rio de Janeiro onde o senador foi lançado como candidato à presidência da República pelo PSD.

Ingrid Soares
postado em 23/10/2021 15:37 / atualizado em 23/10/2021 16:16
 (crédito: Reprodução / Youtube)
(crédito: Reprodução / Youtube)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou, neste sábado (23/10), que "está faltando respeito no Brasil". A declaração ocorreu durante o encontro regional da legenda, no Rio de Janeiro, onde o senador foi "convocado" a ser candidato à presidência da República pelo PSD.

Apesar das limitações que o impedem de firmar a pré-candidatura neste período e de ainda não ter assinado a ficha de filiação, Pacheco deu o tom da candidatura à presidência com indiretas à política de Jair Bolsonaro defendendo a união em detrimento à radicalização como ferramenta para resolução dos problemas do país, e destacou a necessidade do "exemplo" por parte de gestores públicos, além do "equilíbrio" no uso das redes sociais.

"Nós podemos construir as soluções do Brasil num único ambiente. O ambiente da união. Nós precisamos estar unidos, significa buscar as convergências e respeitar as diferenças. Quando tivermos esse sentimento de união, deixando para lá polarização, radicalização, extremismo, e entender que a média do brasileiro é de pessoas de bem, dentro desse processo de união invocar algo fundamental: respeito. Está faltando respeito no Brasil e nós precisamos provocar cada vez mais a respeitabilidade entre poderes, instituições, entre as pessoas. O exemplo dado por homens públicos é fundamental para que tenhamos na sociedade essa cultura do respeito, inclusive com juízo e equilíbrio no uso de redes sociais, no uso da comunicação, porque as pessoas precisam ser respeitadas".

Relatando ter vindo do interior de Minas Gerais, estudado em escola pública e ser filho de professor, disse que "todos tivemos nossa dificuldade", mas destacou que o objetivo da política é o de "dar o mínimo de felicidade às pessoas". 

"E o que é felicidade no final das contas? É o cidadão poder sair de casa para trabalhar porque tem um emprego. Que ele pode ter segurança de que a mãe ou a mulher, quando for ao posto do bairro, vai ser atendida com dignidade para curar uma doença. Que seu filho, seu sobrinho, irmão, quando for para a escola vai ter uma merenda de qualidade, vai ser alfabetizado, de que ele vai ter transporte que chega no horário e funciona bem", afirmou emendando que é necessário "abominar preconceitos no Brasil".

Pacheco apontou ainda que o governo está permitindo a volta da inflação, a alta taxa de juros e o desemprego, fatores que precisam de contenção.

"Nós precisamos de muito pouco para ser feliz e o Estado e a política brasileira têm a obrigação de dar essa condição mínima para as pessoas no Brasil. Quando Eduardo Paes me convoca a uma missão, e me insta a uma reflexão de que precisamos dar respostas ao Brasil em relação ao que Brasília está fazendo para resolver o problemas das pessoas, o primeiro passo é reconhecer que temos um país desigual, um país que está estabelecendo injustiça com as pessoas, que está permitindo que volte a inflação, a alta taxa de juros, desemprego e que nós precisamos conter isso", acrescentou.

Auxílios sociais 

Em indireta ao Auxílio Brasil e ao "auxílio diesel" anunciados por Bolsonaro, medidas que ainda não possuem fonte de custeio, o presidente do Senado expôs também a necessidade da responsabilidade fiscal diante de ofertas temporárias e defendeu programas sociais fixos.

"Entro na questão do auxílio às pessoas, seja através do Bolsa Família ou qualquer nome que queira dar. Nós precisamos, mais do que nunca, garantir a essas pessoas carentes do Brasil um programa sustentável, um programa de pé. Um programa que tenha um valor, responsável. E essa responsabilidade fiscal não significa reduzir a expectativa das pessoas, porque é perfeitamente possível equilibrar a necessidade que as pessoas têm de compra de cesta básica com a responsabilidade fiscal".

Pacheco reforçou que "de nada adianta fazer um programa social sem sustentação". "Se rompermos o teto de gastos, gastarmos e tivermos populismo nisso, nós todos pagamos a conta. De nada adianta fazer um programa social sem sustentação e daí um mês ou dois, aumentar 30% do preço do arroz e do feijão e aquele dinheiro dado não servir absolutamente nada".

Direitos humanos 

Em outra nuance do discurso, disse que o partido busca equilíbrio e respeito em relação aos direitos humanos. "Quando a gente fala de equilíbrio é plenamente possível defender a severidade da lei penal respeitando direitos humanos, respeitando camadas sociais mais baixas que sofrem com os excessos e com os abusos praticados. É perfeitamente possível equilíbrio interesse de quem emprega com que trabalha, defender a família brasileira sem precisar menosprezar aqueles que sejam diferentes", continuou.

Ele disse que o PSD busca a pacificação, um ambiente de tranquilidade e responsabilidade e que a "arrogância não calha em lugar nenhum, porque somos todos iguais". Por fim, apelou para que a população não perca o otimismo num país melhor.

"Tenhamos otimismo com o Brasil. Não vamos perder o otimismo de fazer uma grande nação, mais inclusiva. Vamos ter esse compromisso", pediu.

A filiação de Pacheco está prevista para quarta-feira (27/10). O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab disse que "ele só não será candidato a presidente da República se não quiser", emendando ter certeza de que "ele não vai se negar a cumprir essa missão". 

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