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CPI da Covid cobra atitude de Aras

Randolfe Rodrigues apresentou requerimento e a expectativa é que o procurador seja ouvido ainda em dezembro

Cristiane Noberto
Tainá Andrade
Raphael Felice
postado em 24/11/2021 06:00
Aras está sob pressão para acatar pedidos da CPI -  (crédito: Antonio Augusto/Secom/PGR)
Aras está sob pressão para acatar pedidos da CPI - (crédito: Antonio Augusto/Secom/PGR)

Vinte e seis dias após entregarem o relatório final da CPI da Covid ao procurador-geral da República, Augusto Aras, senadores querem saber o que ele fez a respeito das acusações presentes no documento. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Casa aprovou, ontem, requerimento que convida o PGR a explicar as providências tomadas. Em nota, Aras avisou que falará do assunto no próximo sábado — em entrevista ao programa Roberto D'Avila, ele afirmou que ainda nesta semana vai encaminhar o documento ao Supremo.

O requerimento de convite foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e a expectativa é de que a audiência ocorra entre 13 e 14 de dezembro. O parlamentar disse que pretende saber "o que ele vai fazer com o relatório de uma CPI com quase 1.200 páginas, com provas robustas, com a análise de uma tragédia com 600 mil mortos".

Senadores da CPI da Covid fizeram uma entrega simbólica do relatório a Aras em 27 de outubro. O PGR deve, em 30 dias, pedir novas investigações, denunciar o presidente Jair Bolsonaro ou arquivar tudo.

Em 28 de outubro, Aras pediu uma investigação preliminar para apurar os crimes imputados ao presidente e a outros 12 políticos. Em 10 de novembro, por meio de nota, a PGR informou que apenas no dia anterior havia recebido "documentos sigilosos reunidos ou produzidos pela comissão". Segundo o órgão, "o lapso temporal" entre a entrega do relatório e o recebimento das mídias ocorreu por "dificuldades operacionais decorrentes do volume do material (aproximadamente 4 terabytes)" e pela "necessidade de se observar os protocolos".

"Fatos graves"

O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, Fabiano Contarato (Rede-ES), que presidia a sessão, afirmou que "a CPI da Covid apontou fatos graves". Delegado de polícia por 27 anos, ele considerou "salutar" que o PGR dê respostas. "Não vamos aceitar a impunidade." A CPI, disse, "trabalhou seis meses coletando provas objetivas — contratos, quebras de sigilo telemático, mensagens via WhatsApp, provas testemunhais". Segundo ele, o colegiado "é como se substituísse o inquérito policial".

Como o requerimento aprovado é da modalidade convite, Aras pode não comparecer à comissão — mas Contarato acredita que o PGR irá. Já Randolfe Rodrigues disse "não acreditar que o PGR será tão indelicado a ponto de não ir", o que, segundo ele, levaria a uma convocação.

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