Verba deve sair de MP

Com Bolsonaro, diretor-geral da PF anuncia plano de saúde à categoria

Ao discursar, a exemplo de como tem agido Bolsonaro, Maiurino disse durante formatura da Polícia Federal que os presentes retirassem a máscara. E fez afagos ao chefe do Executivo: "Já tivemos aqui, senhor presidente, presidentes da República que prometeram coisas para nós e nunca cumpriram"

Ingrid Soares
postado em 16/12/2021 10:49 / atualizado em 16/12/2021 10:50
 (crédito: Reprodução / TV Brasil)
(crédito: Reprodução / TV Brasil)

Durante cerimônia de encerramento do Curso de Formação Profissional de Agente de Polícia Federal nesta quinta-feira (16/12), que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Anderson Tores, o diretor-geral da PF, Paulo Gustavo Maiurino, anunciou a criação de um plano de saúde para a categoria. No entanto, não teceu maiores detalhes sobre a medida, afirmando que a verba deverá sair da Medida Provisória assinada pelo chefe do Executivo, que edita a lei do Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das atividades-fim da Polícia Federal (Funapol). 

Ao discursar, a exemplo do que tem feito o presidente, Maiurino disse aos presentes na formatura que retirassem a máscara. "Inicialmente, gostaria de permitir que aqueles que se sintam confortáveis possam retirar a máscara", disse, sendo ovacionado em seguida. 

Maiurino comentou sobre o concurso público da PF. "Nossos diretores, juntamente com o MJ e contando com o apoio da Presidência da República, tem conduzido com sucesso um grande concurso público, o segundo maior da história da PF. Essa seleção, ainda em andamento, permitirá que, já em 2022, aumentemos o efetivo da PF em 20% quando comparados aos números de 2019".

Ele aproveitou também para tecer afagos a Bolsonaro relatando que outros "presidentes da República prometeram coisas para nós e nunca cumpriram"."Hoje, senhores, após um intenso trabalho da nossa gestão, temos o apoio irrestrito do nosso ministro da Justiça e do senhor presidente da República, que hoje assina a medida provisória que edita a lei do Funapol, viabilizando assim, a criação do almejado plano de saúde da polícia federal. É um anseio de décadas do nosso corpo funcional e que beneficiará os nossos servidores, policiais e administrativos, além de seus dependentes. Já tivemos aqui, senhor presidente, presidentes da República que prometeram coisas para nós e nunca cumpriram", disse.

Por fim, o diretor-geral mandou recado aos formandos: "Nunca utilizem da nossa insígnia e de nossa investigações criminais para tirarem proveito pessoal, virarem celebridades nas redes sociais e na mídia, abrirem cursinhos, monetizarem no YouTube e, por vezes, se lançarem na política utilizando a nossa farda. Sejam homens e mulheres cumpridores da lei, que respeitam a nossa pátria amada", concluiu.

"Sem aumento de despesas"

Em nota, o Ministério da Justiça afirma que a MP assinada pelo presidente na ocasião "visa ampliar o escopo da destinação dos recursos do Funapol, a fim de permitir o custeio do transporte, hospedagem e alimentação de servidores em missões e operações de natureza oficial e de valores de caráter indenizatório, bem como o custeio de despesas com a saúde dos servidores da Polícia Federal".

"A relevância e a urgência da medida decorrem da importância de evitar que os servidores da Polícia Federal estejam desabrigados quando acometidos de enfermidades e de assegurar a continuidade da prestação do serviço público. Afinal, sem o servidor em condições ideais de atuação, a polícia não opera e não cumpre seu desiderato constitucional", emendou, informando ainda que não haverá a criação ou aumento de despesas ou a concessão de qualquer aumento remuneratório aos servidores. "Em verdade, haverá apenas a ampliação do âmbito de aplicação dos recursos do Funapol, a fim de fazer frente a despesas necessárias ao bom funcionamento da Polícia Federal".

Na mesma linha, ainda com vistas às eleições de 2022, Bolsonaro tem discutido em reuniões a reestruturação da carreira policial e reajustes de salário. Segundo proposta da Justiça, o reajuste terá um custo de R$ 2,8 bilhões para os cofres públicos apenas no primeiro ano.  

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