ELEIÇÕES

Bolsonaro: "Moro passou a achar que era o dono do ministério"

"Ele foi do meu governo para fazer trabalho sério, para se blindar ou para se preparar para ser futuro candidato a presidente da República. Tem três alternativas. Não deu certo. Tirei ele fora. Tinha que tirar", acrescentou o presidente

Ingrid Soares
postado em 10/01/2022 15:42
 (crédito: Agência Brasil/Reprodução)
(crédito: Agência Brasil/Reprodução)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar, nesta segunda-feira (10/1), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro (Podemos), possível adversário no pleito eleitoral deste ano. O chefe do Executivo afirmou que o ex-juiz achava que "era o dono do ministério" e repetiu que o ex-juiz tentou trocar uma indicação dele ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela substituição do então diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo. As declarações ocorreram durante entrevista à Jovem Pan

"A questão da PF eu achava que tinha que ser dessa maneira. Outras questões foram aparecendo no meio do caminho e ele não admitia isso daí, era tudo dele. No início do governo, ele botou lá no Conselho uma senhorita, a Ilona Szabó, que quando eu vi disse: essa senhora não tem nada com o que a gente defende, as posições dela são bastante progressistas. Não interessa essa pessoa no nosso meio. 'Ah, mas tem que ter um contraponto'. Falei: 'Moro, contraponto já tem a imprensa. Não tem que colocar gente lá para dar pancada em você, para pegar coisa lá e jogar na imprensa'. Levei três dias para demitir essa mulher. Ele passou a achar que era o dono lá do ministério", relatou.  

De acordo com as pesquisas recentes, Moro é o pré-candidato que tem chances de atrair votos de eleitores da alta mais conservadora e que tendem a votar em Bolsonaro.  

O presidente contou que acreditou no ex-ministro no começo do governo. "Inclusive, na véspera da demissão, quando ele esteve comigo, ele disse que aceitava mandar embora o diretor-geral [da PF] só em setembro, quando eu o indicasse ao Supremo. Que petulância. Eu confesso que acreditei desde o começo, como muita gente acreditou. Ele foi do meu governo para fazer trabalho sério, para se blindar ou para se preparar para ser futuro candidato a presidente da República. Tem três alternativas. Não deu certo. Tirei ele fora. Tinha que tirar", acrescentou.

Por fim, o presidente disse achar que "a maior parte da população tem consciência da importância do voto".

O ex-juiz anunciou, no último dia 5, viagens pelo Brasil começando pelo Nordeste. Pré-candidato à presidência, ele ainda alfinetou os adversários, chamando-os de "pelegos e milicianos". O comentário foi uma referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Bolsonaro.


 

 

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