ELEIÇÕES

Barroso: Bolsonaro faz "repetição mambembe de Trump" ao atacar processo eleitoral

Ministro que se despede do TSE discursou nesta quinta-feira (17/2) em prol da democracia e criticou os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eletrônico de votação

Luana Patriolino
postado em 17/02/2022 14:12 / atualizado em 17/02/2022 14:12
 (crédito: CARLOS MOURA/SCO/STF)
(crédito: CARLOS MOURA/SCO/STF)

O ministro do Luís Roberto Barroso fez um discurso de despedida, nesta quinta-feira (17/2), em defesa do sistema eleitoral e com recados diretos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado declarou que os ataques à credibilidade das urnas no Brasil são uma "repetição mambembe" do que ocorreu nos Estados Unidos, quando o ex-presidente Donald Trump tentou desacreditar o resultado do pleito.

Barroso chamou o comportamento do chefe do Executivo brasileiro de autoritário. “Uma das estratégias das vocações autoritárias em diferentes partes do mundo é procurar desacreditar o processo eleitoral, fazendo acusações falsas e propagando o discurso de que ‘se eu não ganhar, houve fraude’”, disse.

“Trata-se de repetição mambembe do que fez Donald Trump nos Estados Unidos, procurando deslegitimar a vitória inequívoca de seu oponente e induzindo multidões a acreditar na mentira”, criticou o ministro.

Segurança das urnas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou um documento ontem (16/2), às Forças Armadas, reiterando a segurança das urnas eletrônicas. A Corte quebrou o sigilo e divulgou as respostas às 80 perguntas com pedidos de informações para compreender o funcionamento das máquinas.

No discurso desta quinta-feira, Barroso ressaltou que o sistema eletrônico brasileiro é seguro, transparente e auditável. “Foi implantado há mais de 25 anos sem que jamais se tenha documentado qualquer caso de fraude. Justamente ao contrário. Derrotamos o passado de fraude com o voto impresso”, pontuou.

“Ademais, as urnas eletrônicas, como não me canso de repetir, jamais entram em rede. Isto é, não tem ligação à internet. Ou seja, não estão sujeitas a acesso remoto ou invasão por hackers”, esclareceu Barroso.

No próximo dia 22, os ministros Luiz Edson Fachin e Alexandre de Moraes tomarão posse como novos presidente e vice do TSE, respectivamente. A gestão de Barroso no TSE foi marcada por respostas a ataques do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores. Desde o início do governo, o presidente repete investidas contra o Judiciário e o sistema eletrônico de votação, sem nunca ter apresentado provas.







 

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