ELEIÇÕES

Professor Israel protocola notícia-crime contra falas de Bolsonaro

Na peça, o parlamentar também acusa o presidente de peculato por usar recursos da presidência da República para burlar a democracia.

Cristiane Noberto
postado em 28/04/2022 20:18
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

O deputado federal professor Israel Batista (PSB-DF) ingressou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra as falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) por insinuar sobre a lisura das eleições.

O que ele fez no Planalto foi um anúncio do que pretende fazer em 2022: crime contra o Estado Democrático de Direito. O presidente busca interromper, prejudicar e atrapalhar o andamento do processo eleitoral no Brasil e coloca em risco as eleições. Bolsonaro é taxativo: não vai ter eleições. Não fui eu quem disse que estava gravado. O presidente faz portanto uma declaração dolosa de prejudicar as eleições de 2022 no Brasil”, afirmou a jornalistas nesta quinta-feira (28/4).

Na peça, o parlamentar também acusa o presidente de peculato por usar recursos da presidência da República para burlar a democracia. Aponta, ainda, improbidade por valer-se de recursos públicos para disseminar notícias falsas e estimular uma conduta antidemocrática dos apoiadores. “Ele age como o dono da bola: quando percebe que está perdendo, o jogo pega a bola e diz que ninguém vai mais jogar”, compara o deputado.

O deputado ainda criticou a politização das Forças Armadas. “Isso nos preocupa bastante, pois as Forças Armadas devem defender pessoas. A política é feita por homens e mulheres desarmados, para resolver nossas divergências pela lei e pelas eleições”, frisou Israel Batista.

Risco nas eleições

No evento "Liberdade de Expressão", ocorrido na quarta-feira (27) no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou que qualquer suspeição colocaria todo o pleito em risco, incluindo as disputas para governos estaduais e cargos no legislativo. “Não pensem que uma possível suspeição de uma eleição seria só para presidente. Isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal”, disse.

O chefe do Executivo criticou ainda o que ele chamou de “sala secreta” do TSE. Sem provas, insinuou falta de transparência no resultado das eleições. “Dá pra acreditar nisso? Uma sala secreta, onde meia dúzia de técnicos dizem no final ‘quem ganhou foi esse'”, questionou.

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