Sabatina

Felipe D'Avila defende ampla agenda de reformas e privatização da Petrobras

Presidenciável pelo Novo falou também sobre economia de baixo carbono e criticou o desperdício de dinheiro público no Brasil

Raphael Felice
postado em 31/05/2022 19:37 / atualizado em 31/05/2022 22:22
 (crédito: Reprodução/YouTube)
(crédito: Reprodução/YouTube)

Em sabatina realizada pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (31/5), o pré-candidato pelo Novo, Felipe D'Avila, defendeu uma ampla agenda de reformas, como a trabalhista e a tributária, e definiu como “inacreditável” a CLT ser o único modelo de formalização do trabalho no Brasil. Segundo o presidenciável, o empregador e empregado precisam ter maior liberdade para negociar o contrato de trabalho.

“A reforma trabalhista iniciada pelo presidente Temer precisa continuar, (ela) mudou a relação de trabalho e tem que continuar. É inacreditável que a única forma de formalização de relações trabalhistas seja a CLT, o que é um absurdo. Uma lei criada no governo Getúlio Vargas na metade do século XX seguir regulamentando as novas regras do trabalho do século XXI. Nós temos que avançar com a reforma trabalhista, fazendo aquilo que é negociado valer mais que o legislado, ou seja, ter mais livre acordo entre empregador e empregado”, disse.

D’Avila também defendeu as reformas tributária e administrativa. O sabatinado citou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 110 - a Reforma Tributária - e ressaltou a necessidade de simplificar os impostos e padronizar as regras tributárias do Brasil com o restante do mundo, além de entrar “o mais rápido possível” na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O sabatinado disse que para um melhor funcionamento de uma eventual alteração estrutural nos tributos é necessário aprovar uma reforma administrativa. Para Felipe D’Avila há “muita gordura” para enxugar dos gastos públicos brasileiros, o presidenciável também criticou instrumentos de repasse como as emendas de relator.

“O ranking World Economic Forum mostra que o Brasil é o 10º país do mundo em desperdício de dinheiro público. É só olhar essas emendas Pix, emenda de relator (orçamento secreto). Tudo isso é um mau uso do recurso público sem nenhum balizamento em dado, em evidência e em retorno social de evidência num impacto de projeto de longo prazo que faz parte em uma visão de país”, disse.

“É tudo verba eleitoreira, isso é rasgar dinheiro público. Aliás, o maior desperdício de dinheiro público são os R$ 5 bilhões do fundo eleitoral para financiar campanha política num ano em que o brasil precisa de dinheiro em outras áreas para ajudar, inclusive pessoas com problemas gravíssimos como em Recife hoje por causa das chuvas, por mais dinheiro para hospitais e saúde pública”, complementou.

Defensor do liberalismo econômico e de uma menor influência do estado na economia, D’Avila afirma que a situação vivida no país é fruto da interferência do poder público no mercado e é a favor da privatização da Petrobras. Segundo ele, a alta nos preços dos combustíveis é oriunda de um monopólio da Petrobras no setor de petróleo.

“Eu gosto de citar o exemplo de quando nós tínhamos a Petrobrás da telefonia nas telecomunicações no Brasil, que era a Telebras, nos anos 90. Para conseguir uma linha telefônica, você tinha que ficar anos na fila, era um produto de luxo tão caro que nós declarávamos no imposto de renda como um bem, como se fosse um carro, um terreno. O que aconteceu? Houve a privatização do setor, aumentou o investimento, aumentou a geração de emprego e hoje todo brasileiro tem um telefone no bolso. Portanto, é óbvio que a privatização, quando é feita de forma criteriosa e não uma transferência do monopólio público pro monopólio privado, mas que gere o aumento da concorrência, quem ganha com isso é o povo”, opinou.

Felipe também defendeu uma discussão sobre o meio ambiente para transformar o Brasil na maior potência mundial de baixo carbono.

“O Brasil pode ser a maior potência mundial de um país de baixo carbono. Nós temos um caminho incrível para atrair investimento, aumentar nosso investimento em energia renovável”, disse.

Sabatina

O Correio recebeu os pré-candidatos à Presidência nesta terça-feira para uma sabatina, na sede do jornal. Cada participante terá em torno de 50 minutos para responder perguntas sobre temas que interessam à toda a sociedade, como situação da economia, trabalho, direitos, segurança pública, saúde e educação. O evento foi transmitido ao vivo pelo site e por todas as redes sociais do jornal.

Assista a sabatina de Luiz Felipe D'Avila (Novo) na íntegra:

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