O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (7/10) ser contra o aborto, mas ressaltou que a decisão é "de quem está grávida, que é a mulher, que tem que ter mais poder de dizer se quer ou não quer". O candidato disse ainda que mudanças na lei atual não cabem ao presidente da República, mas ao Legislativo.
"É uma resposta que já dei: sou contra o aborto. Sou pai de cinco filhos, avô de oito netos, bisavô de uma bisneta. A lei existe e a lei diz o que pode acontecer com o aborto", respondeu Lula ao ser questionado sobre o tema durante coletiva de imprensa em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo
"Quem tem que decidir sobre o aborto é quem está grávida, que é a mulher, que tem que ter mais poder de dizer se quer ou não quer. A lei existe. Isso não é o papel do presidente da República. É papel do Legislativo e, sobretudo, é um papel que cabe muito da gente entender que a mulher tem supremacia sobre o seu corpo", acrescentou o ex-presidente.
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O tema do aborto é considerado um ponto de atenção pela campanha, especialmente em um momento quando ela tenta se aproximar mais do público evangélico. Durante a pré-campanha, em abril, ex-presidente disse que o procedimento "deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito, e não vergonha". A fala teve forte repercussão e sofreu ataques por parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Logo depois, Lula se retratou e disse ser pessoalmente contra o aborto, mas reiterou que "mesmo eu sendo contra o aborto, ele existe. Quando a pessoa tem um poder aquisitivo bom, ela busca tratamento bom e vai até ao exterior para fazer o procedimento. Mas e a pessoa pobre?". Desde então, embora evite o tema na campanha, o petista não alterou sua posição, defendida novamente na coletiva de hoje.
Ataque a corte na Educação
Nesta manhã, Lula esteve no centro de Guarulhos para realizar uma caminhada, antes da qual conversou com a imprensa. O presidente desfilou em carro aberto ao lado do candidato a governador de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e deu seu candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Depois, discursou em cima de um trio elétrico.
À imprensa, o petista também criticou o corte recente do governo Bolsonaro na Educação. "De um lado ele [Bolsonaro] corta, e do outro ele fala que vai recolocar. Ele acaba de cortar dinheiro da educação e fala que não é corte, é contingência. É corte mesmo. Ele tira dinheiro da merenda escolar. Ele não aumenta o salário mínimo. E agora ele fica prometendo coisas", afirmou Lula.
Na sexta passada (30/7), Bolsonaro editou um decreto com bloqueio adicional de R$ 2,6 bilhões no setor, o que gerou forte repercussão. Ontem (6/10) o presidente, em entrevista, disse é "apenas um contingenciamento".
"Nesse instante ele está brigando com a Petrobras para que ela não aumente a gasolina até o dia 30 de outubro. Ou seja, ele está usando a eleição para fazer tudo aquilo que ele deveria ter feito antes. O preço da gasolina não precisava ter chegado aonde chegou", acrescentou o candidato.
Como será no dia do segundo turno das eleições
Dia e horário de votação: o segundo turno será no domingo (30/10), das 8h às 17h, no horário de Brasília. A divulgação da apuração dos votos deve começar logo após o fechamento das urnas.
Onde votar: o eleitor pode conferir o local de votação no site do TSE. Ou por meio do aplicativo e-Título, acessando "onde votar".
Quem deve votar: todos os brasileiros alfabetizados, entre 18 e 70 anos, são obrigados a votar no dia da votação. O voto é facultativo apenas para quem tem entre 16 e 18 anos, pessoas com mais de 70 anos e analfabetos.
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