Eleições 2022

Jejum de 21 dias: entenda a prática adotada por apoiadores de Bolsonaro

A manifestação de cunho religioso tem sido feita sob o argumento de que a vitória de Lula representa uma ameaça à fé cristã

Mariana Costa - Estado de Minas
postado em 11/10/2022 19:35 / atualizado em 11/10/2022 19:35
A convocação para o jejum foi feita nas redes sociais da primeira-dama, Michelle Bolsonaro -  (crédito: Reprodução/Instagram)
A convocação para o jejum foi feita nas redes sociais da primeira-dama, Michelle Bolsonaro - (crédito: Reprodução/Instagram)

No domingo (9/10), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram um período de 21 dias de jejum e orações pelo país. A convocação para a manifestação de cunho religioso usa o argumento de que uma eventual vitória de Lula (PT) para a Presidência representa uma ameaça ao Brasil e à fé cristã.

O chamado jejum espiritual deve durar até 29 de outubro, véspera da votação para o segundo turno que acontece no domingo (30/10). A prática é comum entre os cristãos e usada para renovar as forças antes de enfrentar dificuldades. O ato consiste em ficar sem se alimentar durante um período por motivos relacionados à fé. Na Bíblia, há o relato do jejum de 40 dias e 40 noites que Jesus enfrentou no deserto.

Jejum de Daniel

O período de 21 dias de sacrifício está relacionado ao jejum do profeta Daniel. Segundo a Bíblia, Daniel deixou de comer a comida sofisticada do rei da Babilônia e se alimentou somente de vegetais e bebeu apenas água durante esse período.

A prática é considerada um jejum parcial, em que a pessoa evita comer coisas saborosas. O objetivo é ter maior comunhão com Deus ao sacrificar o prazer de comer durante algum tempo. Ele pode ser mais prolongado que um jejum total de alimentos e é ideal para quem não pode ficar sem se alimentar totalmente por algum motivo. Também é recomendado para quem quer fazer um jejum mais longo, sem comprometer a saúde.

Convocação

O prefeito de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, Gleidson Azevedo (PL), anunciou, no domingo, nas redes sociais, que deixará de beber "Coca-Cola" por 21 dias para que os eleitores votem em Bolsonaro.

O jejum espiritual tem sido adotado desde o primeiro turno, principalmente por pastores, influenciadores evangélicos e políticos de direita.

"Como prefeito da minha cidade, convoco todos vocês cristãos e lideranças espirituais para a gente estar entrando neste jejum, porque agora é o momento de Deus agir", afirmou.

"É um momento para a gente estar se unido e em jejum em prol do nosso presidente. Convoco todos vocês para podermos virar este jogo", finalizou.

Gleidson é irmão do deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC), eleito senador com apoio de Bolsonaro.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro também publicou em suas redes sociais uma convocação de 21 dias de orações e jejum pelo Brasil, no domingo. No primeiro turno, ela apoiou uma campanha feita por pastores evangélicos de 30 dias de jejum e orações. E, há quatro dias da votação, fez nova convocação para uma corrente de jejum e oração de 12 horas.

Já no sábado (8/10), foi a vez do vereador Nikolas Ferreira (PL) convocar seus seguidores para o mesmo período de jejum e orações pelo Brasil. Nikolas, que é cristão, foi o deputado federal mais votado do Brasil e também apoia Bolsonaro.

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