eleições

"Surpresa e indignação", diz Amoedo sobre expulsão do Novo por apoiar Lula

O ex-presidente do partido e candidato em 2018 diz que há 'movimento arquitetado' para constranger membros a não declarar voto

Taísa Medeiros
postado em 27/10/2022 18:54 / atualizado em 27/10/2022 20:56
 (crédito: Tiago Calazans/Divulga??o)
(crédito: Tiago Calazans/Divulga??o)

Desligado do partido Novo por manifestar publicamente apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto no segundo turno das eleições, João Amoedo — um dos fundadores da sigla e candidato à presidência em 2018 — usou as redes sociais para comentar a decisão. Pelo Twitter, ele diz ter recebido com “surpresa e indignação” o pedido de expulsão da legenda.

“Recebi com surpresa e indignação a suspensão da minha filiação ao NOVO e o pedido para minha expulsão do partido por ter declarado o voto em Lula no segundo turno”, escreveu o empresário, nesta quinta-feira (27/10). “A Comissão de Ética Partidária, por 4 votos a 3, aprovou a suspensão e me concedeu 10 dias para apresentar a defesa no processo de expulsão. Três dos quatro membros que votaram pela minha suspensão foram incorporados à Comissão de Ética nas duas últimas semanas”, salientou.

Segundo o relato de Amoêdo, todos os membros que assinaram o pedido de suspensão e a expulsão declararam voto no atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), “e um deles é coordenador estadual de campanha do presidente”, acrescentou. “O NOVO, ao final do primeiro turno, mencionou em nota que não iria se posicionar nessas eleições e que os filiados eram livres para votarem de acordo com a sua consciência”.

O ex-presidente da legenda relatou, ainda, que sofreu ataques por conta do posicionamento. “Após a minha declaração de voto, sofri ataques do partido, de alguns mandatários e do presidente da instituição. Esses são os fatos”, concluiu.

Com o fio, Amoêdo conclui que tudo fez parte de “um movimento arquitetado”. “Difícil, portanto, não concluir que as manifestações públicas do partido quanto ao meu posicionamento (..) não seja um movimento arquitetado para constranger outros filiados do NOVO a não declararem os seus votos e para garantir a minha expulsão, em um processo autoritário que remete à atuação de Bolsonaro”, disse.

Amoêdo finalizou o posicionamento declarando que apresentará sua defesa ao Comitê de Ética do partido e tomará as medidas jurídicas adequadas, e finalizou: “Esse é o ambiente que espero para o NOVO e para o País. Por isso, reafirmo meu voto em Lula no próximo domingo”.

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