Midia

Cortes na Jovem Pan: emissora demite colunista apoiadora de Bolsonaro

A comentarista Carla Cecato é a quarta jornalista bolsonarista demitida da emissora, após eleição de Lula. A Jovem Pan também desligou nomes como Augusto Nunes, Alexandre Fiúza e Caio Coppola

Francisco Artur
postado em 01/11/2022 12:10
 (crédito: eprodução/Youtube)
(crédito: eprodução/Youtube)

A onda de demissões continua na rádio Jovem Pan, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre  Jair Bolsonaro (PL). Na última segunda-feira (31/10), dia em que a Jovem Pan abdicou dos trabalhos dos então colunistas apoiadores de Bolsonaro Augusto Nunes, Guilherme Fiúza e Caio Coppola, emissora também desligou a jornalista Carla Cecato.   

Conhecida como 'Garota Propaganda de Bolsonaro', a profissional participava do programa de opinião e debates Linha de frente, na Jovem Pan. No programa, os comentários feitos por Carla Cecato seguiam a narrativa difundida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

Nas edições do Linha de frente, Carla Cecato fazia críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. Durante as eleições deste ano, o magistrado publicou medidas que contrariavam Bolsonaro. Além do membro do TSE, o presidente eleito Lula também era alvo de críticas da comentarista. 

Procurada para comentar a demissão, a jornalista não foi localizada pelo Correio

Mais cortes

A onda de cortes na Jovem Pan não se limitou a profissionais próximos a Bolsonaro. Opositor ao atual presidente, o jornalista Guga Noblat também foi desligado, na última segunda.

Para além da esfera opinativa da emissora, as demissões chegaram na equipe de jornalismo da Jovem Pan. Isso porque o repórter Maicon Mendes também recebeu o anúncio de sua saída da rádio. 


Política editorial

Rádio, canal de televisão e uma das páginas mais acessadas no Youtube, com mais de seis milhões de inscritos, a Jovem Pan é um conglomerado de mídia ideologicamente próximo ao bolsonarismo. Após o TSE informar a vitória de Lula, a emissora publicou um editorial em que, diferente do candidato derrotado Bolsonaro, reconheceu a conquista do petista.

No texto, a empresa também reforça os apoios à democracia e às pautas relacionadas à defesa da família, liberdades individuais, além de um "Estado mínimo e menos paternalista e do desenvolvimento econômico e social".

Quanto às demissões dos colunistas próximos a Bolsonaro e do jornalista crítico ao bolsonarismo, a Jovem Pan se restringiu a comentar, apenas, a saída de Augusto Nunes.

"Em comum acordo, O grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor. Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade. O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar", diz a nota emitida pela empresa.

Sobre as outras demissões, o Correio mandou e-mail para a Jovem Pan e aguarda retorno da emissora.

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