Violência

Randolfe pede ao STF que inclua atos no DF no inquérito das milícias digitais

Integrante da equipe de transição do governo Lula, o parlamentar classificou a ação de bolsonaristas como 'sem precedentes'

Agência Estado
postado em 13/12/2022 21:21 / atualizado em 13/12/2022 21:21
Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022.  -  (crédito: EVARISTO SA / AFP)
Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. - (crédito: EVARISTO SA / AFP)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que as ações violentas registradas em Brasília na noite desta segunda-feira (12/12) sejam investigadas no bojo do inquérito das milícias digitais, em trâmite na Corte máxima.

Integrante da equipe de transição do governo Lula, o parlamentar aponta 'escalada antidemocrática' e classifica como 'sem precedentes' a conduta de bolsonaristas que tentaram invadir a sede da Polícia Federal e atearam fogo em carros e caminhões.

Como mostrou o Estadão, o estopim para os atos violentos foi a prisão temporária do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro, por suspeita de supostos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A medida foi decretada por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República.

De acordo com a PF, o líder indígena teria realizado atos antidemocráticos em frente ao Congresso, no Aeroporto de Brasília - onde a área de embarque foi invadida -, no centro de compras Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde estão o presidente e o vice-presidente da República eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

  • Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Um veículo pega fogo após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Ônibus pega fogo após confronto entre tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro protestam contra a prisão de líder indígena em confronto com a tropa de choque em Brasília em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Ônibus pega fogo após confronto entre tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Um veículo pega fogo próximo a um posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP
  • Veículo pega fogo em posto de gasolina após confrontos entre a tropa de choque e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em protesto contra a prisão de uma liderança indígena em Brasília, em 12 de dezembro de 2022. EVARISTO SA / AFP

A conduta dos bolsonaristas após a prisão de Xavante levou o Comando de Operações Táticas (COT) da Polícia Federal e a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal a cercarem o hotel onde estão hospedados Lula e Alckmin.

Na petição protocolada nesta terça-feira, 13, Randolfe diz que o 'caos foi instaurado' em Brasília na noite de segunda e argumenta que a investigação sobre ataques ao regime democrático é o melhor instrumento para apurar os atos de vandalismo cometidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

O senador pede uma investigação detalhada sobre as circunstâncias dos atos de violência 'com a punição exemplar dos envolvidos, inclusive daqueles que os financiaram e dos que os apoiaram ou incentivaram politicamente'.

Randolfe pede inclusive apuração de eventual cometimento do hediondo crime de terrorismo. Além disso, o senador requer que o Supremo determine a desmobilização de acampamentos bolsonaristas em frente a prédios públicos em Brasília.

Também foi pedido que a Procuradoria-Geral da República seja instada a promover a desocupação, 'inclusive com eventual força policial', das adjacências do Palácio da Alvorada 'com o fito de preservação do patrimônio público e de manutenção do simbolismo democrático estatuído na figura palaciana'.

O senador pede, ainda, que as vias em torno do Planalto sejam bloqueadas.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.