Fórum Econômico Mundial

Marina Silva em Davos: "O que precisamos é vontade política e ética"

Ministra participou nesta segunda (16/1) de um painel no Fórum Econômico Mundial sobre políticas e medidas para a proteção do clima e do meio ambiente

Victor Correia
postado em 16/01/2023 16:16 / atualizado em 16/01/2023 16:16
 (crédito: Reprodução/Fórum Econômico Mundial)
(crédito: Reprodução/Fórum Econômico Mundial)

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, declarou nesta segunda-feira (16/1) que "nós já temos a maioria das respostas técnicas" para combater as mudanças climáticas e os desafios sociais. Segundo ela, o que o mundo precisa é de "vontade política e ética para usar essa tecnologia". Marina está em Davos, na Suíça, onde representa o Brasil no Fórum Econômico Mundial.

"Nós já temos a maioria das respostas técnicas. Nós já temos tecnologia para produzir energia limpa, para produzir comida, mas ainda temos muitas pessoas passando fome. O que nós precisamos é uma vontade política e uma vontade ética para usar toda essa tecnologia para mudar o mundo", afirmou a ministra durante participação no painel "Em Harmonia com a Natureza".

Marina representa o Brasil ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fórum mundial, que começou hoje e vai até sexta-feira (20). Acompanhados por uma comitiva de autoridades e especialistas, eles defendem uma recolocação do Brasil no cenário internacional, especialmente na agenda da sustentabilidade.

Política transversal

Ainda segundo a ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudou a forma como o tema climático será tratado pelo governo. "Ele transformou a política climática em uma coisa transversal, e não setorial. Nós não conseguiremos lidar com o problema do clima e do meio ambiente se não tivermos uma ação transversal, tanto a nível do governo quanto a nível de sociedade, em nível ético, politico, econômico, e até estético", declarou Marina.

A presidente da Associação para Mulheres e Povos Indígenas, Hindou Oumarou Ibrahim, também painelista no evento, reforçou o papel da eleição de Lula para o meio ambiente. "Não estou falando por você, Marina, mas nós nos encontramos com o presidente Lula na COP 27, que à época era presidente eleito. E ele fez as coisas que ele prometeu, e isso é muito importante. Ele prometeu que faria um ministério dos povos indígenas, e ele foi lá e fez isso. E temos uma indígena à frente de um ministério destinado aos povos indígenas. Eu não sou do Brasil, mas tenho muito orgulho disso", disse Hindou, indígena do povo Mbororo, no Chade, país localizado no centro-norte da África.

Críticas a Bolsonaro

Marina também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Nós tivemos um governo nos últimos quatro anos que negou a ciência. Nós tivemos uma pandemia que matou mais de 700 mil pessoas, porque o governo negou a ciência", disse.

A ministra frisou que o novo governo vai levar a ciência em conta na tomada de decisões e formulação de políticas públicas. "Mas não há uma única ciência. Os indígenas têm uma ciência milenar, que não é baseada em estar certo ou errado, como a ciência moderna, mas é ciência. Indígenas vivem em 80% do território da floresta e eles cuidam, preservam, isso é ciência. Entendem os sinais da natureza e sabem o que fazer. Quando somamos essas duas formas de ciência, podemos aprender muito",  afirmou Marina.

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