Relações Exteriores

Chanceler alemão vai oficializar volta do Fundo Amazônia em visita ao Brasil

Olaf Scholz chega ao Brasil na próxima segunda-feira (30/1) para anunciar doação de R$ 170 milhões ao país

Raphael Felice
postado em 27/01/2023 18:19 / atualizado em 27/01/2023 18:20
 (crédito: Governo Alemão // Bergmann)
(crédito: Governo Alemão // Bergmann)

O chanceler alemão, Olaf Scholz, chega ao Brasil na próxima segunda-feira (30/1) para oficializar o retorno do Fundo Amazônia. Segundo anunciou o secretário de Europa do Itamaraty, Kenneth Felix Haczynski da Nóbrega, a Alemanha irá doar 31 milhões de euros (aproximadamente R$ 170 milhões) para contribuir com a conservação da Floresta Amazônica.

A doação feita pelo governo alemão será dividida em duas etapas: Serão destinados 10 milhões de euros para projetos de economia verde na região da Amazônia e outros 21 milhões de euros destinados para o combate ao desmatamento e para a preservação da floresta de maneira geral.

Durante o briefing — resumo — do que será discutido no encontro bilateral, Kenneth lembrou que, em dezembro, dias após a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Alemanha e a Noruega já haviam sinalizado a intenção de retomar as doações ao fundo.

As doações foram canceladas ainda em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mudou as regras de gestão do fundo sem avisar aos doadores, o que gerou a paralisação dos repasses. Para piorar, o ex-presidente fazia acusações nas atuações de ONGs que recebiam recursos do fundo.

Acordo com o Mercosul

A visita de Scholz também tratará de acordos comerciais entre a União Europeia e o Mercosul. A tendência é que a cooperação avance com celeridade, após os europeus terem desistido de seguir com o acordo por desconfiança da política ambiental do governo Bolsonaro.

Extrema direita

Outro possível tema na conversa deve tratar do avanço da extrema direita. Assim como houve uma tentativa de golpe no Brasil durante os atentados de 8 de janeiro, a polícia alemã prendeu 25 pessoas suspeitas de conspirar para derrubada do governo do país por meio de um golpe armado.

Segundo apurações preliminares, extremistas se preparavam para invadir o prédio do Parlamento do Reichstag e tomar o poder. Entre os presos estão um militar, uma ex-deputada e juíza de ultradireita, além de um homem de 71 anos que se intitula “príncipe” por fazer parte de uma família nobre alemã.

Lula vem sinalizando que os movimentos, ocorridos em diferentes países, são feitos de forma coordenada, como uma organização internacional, e que precisam ser enfrentados também de forma global. Segundo o embaixador Kenneth Nóbrega, o assunto deve ser tratado.

“O governo alemão se manifestou sobre os eventos terríveis de 8 de janeiro. Eu imagino que vá haver uma conversa sobre um compromisso insolúvel com a promoção e proteção da democracia, direitos humanos e inclusão social, tanto nos planos externos quanto no plano internacional, como um pilar de convergência fundamental entre Brasil e Alemanha”, disse Kenneth Felix.

A chegada de Scholz ao Brasil marca a primeira visita individual de um chefe de Estado ao Brasil desde a eleição do presidente Lula. O chanceler chega a Brasília às 14h50 de segunda e parte para o Palácio do Planalto, onde terá cerimônia de recepção para autoridades estrangeiras a partir das 15h30. Em seguida, a delegação alemã vai se encontrar com integrantes do governo brasileiro. Às 18h está prevista uma cerimônia ligada ao Fundo Amazônia.

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