Dino: Espaço aéreo sobre Território Yanomami deve ser novamente fechado

Ministro da Justiça e Segurança Pública disse que na próxima semana deve ser decidido, em conjunto com a Defesa, se o governo volta com a proibição de voos na Terra Indígena

Henrique Lessa

postado em 16/02/2023 16:29 / atualizado em 16/02/2023 16:31

(crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Um novo fechamento do espaço aéreo sobre o Território Indígena Yanomami deve acontecer na próxima semana, antecipou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Ele participou de coletiva na sede da pasta, nesta quinta-feira (16/2).

“Provavelmente, haverá um novo fechamento do espaço aéreo sobre o Território Yanomami nas próximas semanas. Nós estamos avaliando que esta medida, esse novo fechamento deve ser antecipado para agilizar a saída de garimpeiros que ainda permanecem em pequeno número", confirmou o ministro.

A medida será decidida em conjunto com a pasta da Defesa, comandada por José Múcio Monteiro, e deve ocorrer já na próxima semana, logo após o feriado de carnaval. Dino reforçou que a ação já estava prevista, mas deve ser antecipada em razão da demora na desocupação do território.

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O ministro disse ainda que a pasta avaliou que essa janela de abertura do espaço aéreo, em vez de contribuir para a saída dos garimpeiros, pode estar retardando a desocupação. “O objetivo é fazer uma ‘desintrusão’ do território”, apontou Dino.

Missão

Apesar da ação governamental, ainda não é possível dimensionar a quantidade de pessoas envolvidas no garimpo na região. “Empiricamente, nós não temos a contagem (total de garimpeiros na área), mas os delegados da Polícia Federal que lá estão afirmaram que, infelizmente, ainda permanecem garimpeiros. Então, quando há pessoas insistindo em descumprir a lei, você tem que adotar novas medidas. É o que nós faremos na semana que vem.”

“Nós temos duas missões que nós estamos cumprindo, uma é a ‘desintrusão’, até porque nós temos mais seis áreas para fazer isso, e a outra é a investigação, que tem evoluído com ótimos resultados. Todas as semanas, as operações estão mostrando que havia um negócio de ouro ilegal no Brasil”, completou o ministro da Justiça.

A operação de dispersão de garimpeiros no Território Yanomami envolve uma série de órgãos federais, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as Forças Armadas; e, sob o comando da pasta de Dino, a Polícia Federal e a Força Nacional.