Planalto

Lula elogia ministros após dar "bronca": "É vontade de trabalhar"

"Estou muito satisfeito com meus ministros. As pessoas estão com vontade de acertar, de fazer mais do que aquilo que já foi feito", apontou o presidente Lula

Ingrid Soares
postado em 21/03/2023 13:10 / atualizado em 21/03/2023 17:33
 (crédito: EVARISTO SA/AFP)
(crédito: EVARISTO SA/AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou nesta terça-feira (21/3) sobre a "bronca" dada em ministros na semana passada por anúncios prematuros. Segundo o chefe do Executivo, as informações desencontradas divulgadas recentemente pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, e pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, ocorreram por “vontade de trabalhar”. 

“Estou muito satisfeito com meus ministros. As pessoas estão com vontade de acertar, de fazer mais do que já foi feito”, apontou em entrevista ao Brasil247.

O puxão de orelhas ocorreu no último dia 14, após anúncio de um programa, divulgado com exclusividade por França ao Correio, para disponibilizar passagens aéreas por R$ 200 para aposentados, servidores públicos e estudantes. A medida ainda não havia sido discutida com o governo. Antes, em janeiro, Lupi declarou que o governo pretendia rever alguns pontos da reforma da Previdência feita durante o governo de Michel Temer, incluindo a redução do teto dos juros do empréstimo consignado dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de 2,14% para 1,7%.

Na data do encontro, Lula discursou em tom duro, e chegou a ironizar ministros citando uma suposta “genialidade” por parte dos que fizeram anúncios precipitados. “É importante que, antes de anunciar, (os ministros) façam uma reunião com a Casa Civil para que a Casa Civil discuta com a Presidência e a gente possa chamar o 'autor da genialidade' para anunciar publicamente como se fosse uma coisa do governo”, frisou.

“Fase de adaptação”

Lula relatou ainda ter orientado os ministros a levarem as propostas para Rui Costa, ministro da Casa Civil, além de procurar os setores envolvidos, como bancos públicos e privados, mas defendeu que os mesmos estão em “fase de adaptação”.

“O Márcio comunicou numa reunião de ministério, uma reunião de ministério de infraestrutura, a questão da passagem. Falei para ele: 'Você vai na Casa Civil, acertar com Rui, para a gente poder fazer um anúncio dessas coisas como uma decisão de governo'. Ficou acertado. Aí, no dia seguinte, o Márcio anunciou: ‘O Lula esteve comigo e com o Rui Costa, o Lula falou que estava difícil os aposentados pagarem a dívida porque eles aumentaram o endividamento dos aposentados em 45%’. Ou seja, um cidadão que ganha R$ 1.000 não pode fazer uma dívida porque ele paga 45% do que ele ganha de dívida. Era preciso baixar os juros, mas baixar pouca coisa porque tem uma lei que regulamenta a quantidade de juros”, afirmou.

“Era preciso ter feito um acerto para anunciar uma medida que envolvesse Fazenda, Planejamento, bancos públicos e privados. Não. O Lupi anunciou, sabe? Depois do Lupi estar numa reunião comigo, junto com o Rui, falei: ‘Você agora converse com o Rui para acertar como a gente faz. Tem que chamar os bancos para conversar’. Ele anunciou. Uma coisa que podia ser 100% boa, favorável, criou um clima de insatisfação nos bancos porque precisava ter avisado e se preparado. Não pode baixar com a facilidade que a gente quer que eles baixem. Mas, de qualquer forma, a tese é boa e vamos ver como vamos fazer para que os juros baixem de verdade. As pessoas estão com muita vontade de trabalhar”, destacou, concluindo que “a equipe ministerial terá um sucesso extraordinário” e que dentro de 100 dias o governo estará pronto para anunciar outras coisas”.

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