No Senado

Renan Filho diz que obras levam tempo: "Não são pipoca de microondas"

Ministro dos Transportes participa de audiência junto à Comissão de Infraestrutura no Senado Federal

Raphael Felice
postado em 21/03/2023 15:32 / atualizado em 21/03/2023 17:32
 (crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(crédito: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em audiência pedida pelas comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que as obras de infraestrutura e transportes “não são pipoca de microondas” e levam tempo para ficar prontas. A resposta do ministro foi dada após receber cobrança de senadores — principalmente da oposição — sobre a conclusão de obras estruturantes.

"Obra de infraestrutura, eu digo que as pessoas querem muito rápido, eu entendo, eu sou um sujeito acelerado, quero tentar fazer as coisas também. Só que a obra de infraestrutura não é igual a pipoca de microondas, que a gente coloca e depois faz 'pá-pá-pá' e em cinco minutos está pronta. [...] Obra de infraestrutura leva pelo menos dois, três anos. E três anos exigem três orçamentos diferentes", acrescentou Renan, que está licenciado de seu cargo como senador para ocupar o principal cargo no Ministério dos Transportes.

Segundo o ministro, os avanços na infraestrutura na última décadas foram praticamente nulos e o governo Lula teve que complementar o orçamento para obras com recursos da Proposta de Emenda Constitucional da Transição — aprovada no fim do ano passado — e deu uma folga fora do teto para o governo no Orçamento para cumprir, principalmente, promessas de campanha, como a manutenção do Bolsa Família em R$ 600.

Durante a audiência, Renan Filho disse aos senadores que os investimentos entre 2014 e 2022 representam quase “uma década perdida” no setor de infraestrutura e que os investimentos foram “muito menores” do que na década anterior.

Segundo o ministro, o teto de gastos adotado pelo Brasil em 2016 durante o governo Michel Temer — que assim como Renan, é do MDB — são os principais responsáveis pelo enforcamento orçamentário vivido pelo Brasil.

"A PEC da transição não pode ser um voo de galinha e nós sermos aprisionados novamente pelo enforcamento nos investimentos que promoveu o teto de gastos", apontou.

"Temos obras que não terminam nunca, que estão paralisadas. A gente está vendo estradas que eram de asfalto e voltaram a ser de barro", disse o ministro justificando a situação pela falta de investimento público e também privado.

Sustentabilidade

O filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL) também defendeu obras de impacto ambiental e afirmou ser necessário encontrar uma forma de conciliar competitividade e profusão de obras de infraestrutura com a sustentabilidade ambiental. Ele cita um ranking sobre competitividade no setor em que o Brasil figura em 59º de um total de 63 países.

"Temos essa necessidade de conciliar a sustentabilidade com investimentos em infraestrutura. Somos um dos países mais importantes globalmente no que concerne à preservação do meio ambiente, mas precisamos, ao mesmo tempo, garantir competitividade", disse. 

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