INVESTIGAÇÃO

Governador do Acre diz que PF espreita filho de 6 anos e pede anulação de operação

O pedido de anulação do inquérito foi apresentado à ministra Nancy Andrighi no último dia 20, onze dias depois da deflagração da terceira fase da Ptolomeu

Agência Estado
postado em 04/04/2023 16:29
 (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
(crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)

A defesa do governador do Acre Gladson Camelli (PP) requereu ao Superior Tribunal de Justiça a suspensão das investigações da Operação Ptolomeu - que apura sobre supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula do Governo do Acre. Os advogados de Gladson argumentam a nulidade de um passo dado pela Polícia Federal logo no início das investigações - a requisição de Relatórios de Inteligência Financeira sobre o filho do governador, de apenas seis anos.

A informação sobre os movimentos da Ptolomeu na direção do menor foi revelada pela coluna Radar, de Robson Bonin, da revista Veja, e confirmada pela reportagem do Estadão.

O pedido de anulação do inquérito foi apresentado à ministra Nancy Andrighi no último dia 20, onze dias depois da deflagração da terceira fase da Ptolomeu. No bojo desta fase ostensiva das investigações, o governador do Acre não foi alvo de buscas, mas teve de entregar seu passaporte à Justiça e seu patrimônio foi bloqueado. A Ptolomeu aponta também para familiares de Gladson Cameli.

No documento protocolado no STJ, a defesa do governador, capitaneada pelo advogado Pedro Ivo Velloso, questiona o fato de a requisição dos Relatórios de Inteligência Financeira - produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) -, atingir o filho de Cameli. A partir desses relatórios, a PF faz análises que podem apontar eventual evolução patrimonial suspeita de investigados.

A PF também pediu acesso a relatórios do Coaf referentes à mulher de Gladson, Ana Paula Cameli, e de uma holding da qual o filho de seis anos do casal figura como sócio. A defesa ressalta que os documentos foram solicitados pelos investigadores na fase inicial da Ptolomeu, ainda sem citação ao governador. Só posteriormente o caso foi remetido ao STJ, onde Gladson Cameli detém foro por prerrogativa de função.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

CONTINUE LENDO SOBRE