CPI MST

Salles pede investigação do Conselho de Ética contra Sâmia Bomfim em CPI do MST

Durante bate-boca na comissão, na manhã desta quarta-feira, pediu que os colegas assinem contra a deputada por interrupção à fala de parlamentares da oposição

Taísa Medeiros
postado em 12/07/2023 12:57
Relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), e o presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) -  (crédito: Myke Sena/Agência Câmara)
Relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), e o presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) - (crédito: Myke Sena/Agência Câmara)

Mais uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi marcada pelo bate-boca entre parlamentares da esquerda e da direita. A confusão, nesta quarta-feira (12/7), começou após uma fala da deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS), em que chamou o relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP) de “chorume do bolsonarismo”.

“Eu não vou chamar a CPI de circo porque tenho respeito aos palhaços. O que vemos aqui é o pior do chorume do bolsonarismo querendo criminalizar um dos principais movimentos sociais da América Latina e do Brasil”, discursou a deputada. “O chorume desse genocida segue nessa comissão, seja na relatoria de alguém que é investigado por madeira ilegal…”, disse, sendo interrompida pela presidência do colegiado. Salles se tornou alvo de investigação da Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República devido a exploração ilegal de madeiras quando era ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Após a fala, o deputado Éder Mauro (PL-PA) pediu questão de ordem. “Duas deputadas comunistas acabaram de falar, uma delas a primeira praticamente não se entende nada, eu queria até solicitar a retirada parcial da fala, quando ela fala em agro, em tortura e do próprio relator Salles”. A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) interrompeu: “Qual parte o senhor não entendeu? A gente pode… É que ele não tem muita inteligência, derreteu o cérebro”.

Na sequência, o deputado General Girão (PL-RN) teve sua fala interrompida pela deputada Sâmia. O presidente do colegiado, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) repreendeu a atitude da parlamentar: "Nós respeitamos o tempo de fala, então, eu peço… Se a senhora quiser agredir, use suas redes sociais. Mas agora respeitem o Parlamento, respeitem o Parlamento”, disse a Sâmia e a Melchionna.

Diante disso, Ricardo Salles pediu à secretaria da Mesa que destacasse o trecho das notas taquigráficas, com a interrupção da deputada. “Para que os membros dessa comissão em conjunto representem essa atitude, dessa, deputada, que todas as vezes que a deputada fala ela quer se vitimizar nessa comissão dizendo que é interrompida”, criticou.

O deputado General Girão endossou: “É o típico caso que a Polícia Legislativa tem que ser chamada”, e defendeu a retirada de plenário das parlamentares. “É um instrumento do regimento que infelizmente temos que usar”.

Girão ainda disse que Sâmia "se vale de ser mulher para silenciar os demais e se vitimizar, quando lhe convém".

Requerimentos

Ao todo, 21 pedidos de informação e de convite para comparecimento ao colegiado foram aprovados em bloco. Essa foi a última reunião da CPI antes do recesso parlamentar que se inicia no próximo dia 17.

 

 

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