Violência

Dino diz que Lira pediu participação da PF no caso da execução no Rio

Ministro afirmou que a PF está dando suporte à Polícia Civil do Rio e, também, à Polícia Legislativa da Câmara, a pedido de Lira, em razão da relação de uma das vítimas com parlamentares

Três médicos foram executados nesta madrugada, em um quiosque na Barra fda Tijuca, no Rio de Janeiro. Um dos mortos é Diego Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-RJ)
 -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Três médicos foram executados nesta madrugada, em um quiosque na Barra fda Tijuca, no Rio de Janeiro. Um dos mortos é Diego Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-RJ) - (crédito: Reprodução/Redes sociais)
postado em 05/10/2023 17:31 / atualizado em 05/10/2023 17:34

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou que a Polícia Federal (PF) está assessorando a Polícia Civil do Rio de Janeiro em função de diversos pedidos de apoio do órgão para a elucidação do assassinato de três médicos na Barra da Tijuca nesta madrugada. Em um evento nesta quinta-feira (5/10) na Bahia, onde assinou convênios com o governo do estado para ações de fortalecimento das políticas de segurança pública, o ministro disse que o presidente da Câmara do Deputados, Arthur Lira (PP-AL), solicitou a colaboração da PF nas investigações que a Polícia Legislativa da Câmara também deve realizar, em razão da relação de uma das vítimas com parlamentares.

“O fato de haver a proximidade com dois deputados federais faz com que tenhamos essa presença da Polícia Federal, até porque o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, também pediu essa parceria entre a Polícia Legislativa e a Polícia Federal” , disse o ministro durante coletiva. Os deputados são Sâmia Bomfim (PSol-SP), irmã de um dos médicos executados, e Glauber Braga (PSol-RJ), marido de Sâmia.

Dino explicou que a Polícia Federal não será a responsável pelo inquérito, apenas apoiará com inteligência e investigação a polícia judiciária do estado fluminense.

“A Polícia Federal está atuando desde as primeiras horas de hoje. Eu conversei com o governador Cláudio Castro e estabelecemos essa parceria, a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que detém o inquérito, e a Polícia Federal, que colabora com ações de inteligência e de investigação. Nesse momento temos uma visão clara de que se trata de uma execução e não de um crime patrimonial, e há duas linhas de investigação que estão sendo percorridas”, disse o ministro da Justiça, sem detalhar quais seriam essas hipóteses.

Uma dessas linhas de investigação apura se o médico foi confundido com filho de miliciano. Fontes da polícia ouvidas pelo Correio dizem que não se descartam outras suspeitas, mas o crime pode ter ocorrido "por engano", com as vítimas sendo apontadas como envolvidas em milícia rival.

O diretor geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues, por sua vez, adiantou alguns aspectos da colaboração entre as instituições.

“Nós colocamos à disposição nosso parque tecnológico, não só de inteligência, mas de perícia, de balística, de imagens e, assim, assessorar e apoiar a Polícia Civil na elucidação desses eventos”, destacou.

Caso Marielle

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, já está no Rio de Janeiro, onde se reúne com o governador fluminense, Cláudio Castro, para definir as medidas que devem ser tomadas pela PF.

“Falei há pouco com a nossa equipe que está no Rio de Janeiro e eles estão firmes que vão elucidar esse crime porque há indicações que podem conduzir a configuração da materialidade e da autoria do delito”, reforçou Dino.

O ministro apontou, ainda, que a PF segue investigando o caso da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), assassinada em 2018, demonstrando confiança em uma resolução rápida do crime e descartou, no momento, a possibilidade de uma federalização do caso.

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