CPI das ONGs

Mais dois vereadores retiram apoio à CPI contra padre Júlio Lancellotti

Ao todo, sete parlamentares já disseram que irão retirar suas assinaturas do pedido. Colégio de Líderes da Câmara Municipal de São Paulo deve analisar a questão no retorno do recesso, no início de fevereiro

Vereador Paulo Rubinho Nunes (União) é alvo de críticas desde que disse querer convocar padre Júlio Lancellotti para
Vereador Paulo Rubinho Nunes (União) é alvo de críticas desde que disse querer convocar padre Júlio Lancellotti para "prestar esclarecimentos" na CPI - (crédito: Reprodução/Instagram @padrejulio.lancellotti)
postado em 05/01/2024 16:41 / atualizado em 05/01/2024 16:41

Outros dois vereadores retiraram, nesta sexta-feira (5/1), o apoio ao requerimento que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que busca investigar atuação de ONGs na região da Cracolândia, na cidade de São Paulo, e mira atuação do padre Júlio Lancellotti no bairro.

Os parlamentares Milton Ferreira (Podemos) e Beto do Social (PSDB) se manifestaram em suas redes sociais, afirmando terem solicitado a remoção de suas assinaturas do documento. Já tinham voltado atrás Nunes Peixeiro (MDB), Thammy Miranda (PL), Sidney Cruz (Solidariedade), Xexéu Tripoli (PSDB) e Sandra Tadeu (União).

“O que eu fiz foi assinar o apoiamento de uma CPI que investigava outras coisas, em momento algum esse documento citava o nome do padre Júlio Lancellotti. E aí por conta disso, para evitar qualquer desencontro, já estou acionando minha assessoria jurídica para retirar meu apoiamento”, defendeu-se Peixeiro, dizendo ainda que “em momento algum esse documento [requerimento de abertura da CPI] mencionava qualquer pessoa.

Já Ferreira publicou em seus stories no Instagram que o intuito da CPI seria “apurar irregularidades das ONGs na utilização de dinheiro público”. “Não consta em nenhum documento que essa CPI seria para atingir o padre Júlio Lancellotti, o qual conheço, tenho grande apreço e sei que não recebe quaisquer verba pública para realizar seu trabalho.”

“Diante dos fatos já pedi a retirada de minha assinatura dessa CPI, e expresso meus sinceros votos de estima e consideração ao prezado Padre Júlio”, declarou o vereador.

Beto do Social destacou que concordou com o requerimento de Rubinho Nunes, mas “em nenhum momento esta comissão pretendia, ao menos naquele momento, investigar o padre Júlio Lancellotti e a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo”.

“Em algum momento posterior a minha anuência, esta CPI teve o foco alterado para atingir o padre, desvirtuando o foco original desta investigação, protocolada na Câmara. Como a premissa com a qual concordei foi desvirtuada, já acionei os protocolos para retirar minha assinatura e apoio à esta CPI”, escreveu.

O líder do governo paulistano na Câmara Municipal, Fábio Riva (PSDB), e o vice-presidente da Casa, João Jorge (PSDB), também estariam avaliando retirar suas assinaturas para a criação da CPI, que precisa de 19 vereadores para ser criada. Antes de repercutir a afirmação do autor do requerimento, Rubinho Nunes (União), de que pretendia investigar as ações do padre Júlio, o pedido de criação da CPI contava com o apoio de 22 políticos.

CPI

Protocolado no início de dezembro, o requerimento chegou a ter 25 assinaturas, como indica Nunes, e, caso a debandada continue, ficará cada vez mais difícil atingir as 28 assinaturas necessárias para a questão ser votada em plenário.

O Colégio de Líderes da Câmara Municipal deve avaliar a proposta no retorno do recesso, no início de fevereiro. Se aprovada, a instauração da CPI é votada no plenário em dois turnos, com o primeiro voltado para analisar a abertura do colegiado e a segunda, para debater qual proposta será aprovada. São necessários 28 votos em cada etapa.

Já Ferreira, publicou em seus stories que o intuito da CPI seria “apurar irregularidades das ONGs na utilização de dinheiro público”. “Não consta em nenhum documento que essa CPI seria para atingir o padre Júlio Lancellotti, no qual o conheço, e tenho grande apreço e sei que não recebe quaisquer verba pública para realizar seu trabalho”.

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