Abin Paralela

PF acusa Abin de obstrução de Justiça durante buscas em Brasília

O intuito da diligência era acessar documentos supostamente produzidos pela chamada "Abin paralela", que fazia espionagem ilegal

Segundo agentes federais, o atual comando da Abin manteria contato com o ex-diretor da instituição, o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), e passaria informações sigilosas -  (crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Segundo agentes federais, o atual comando da Abin manteria contato com o ex-diretor da instituição, o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), e passaria informações sigilosas - (crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil)
postado em 27/01/2024 17:41 / atualizado em 27/01/2024 19:09

A Polícia Federal apontou uma possível tentativa de obstrução de justiça da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no dia do cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da agência na última quinta-feira (25/1), em Brasília. A informação é do G1.

Na ocasião, os agentes da PF teriam sido questionados sobre a extensão dos mandados e não tiveram acesso integral a todos os documentos. Eles precisaram solicitar ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, uma nova ordem judicial, e só assim tiveram acesso aos dados necessários para a investigação.

O intuito da diligência era acessar documentos supostamente produzidos pela chamada "Abin paralela", que fazia espionagem ilegal. 

No último dia 26, o delegado da Polícia Federal, Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, foi exonerado da função de coordenador de Aviação Operacional. Ele é investigado por fazer parte de um esquema de espionagem irregular na Abin. 

A cúpula da agência está por um fio e pode ser demitida, nos próximos dias, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo os agentes federais envolvidos na Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na quinta-feira, o atual comando da Abin manteria contato com o ex-diretor da instituição, o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), e passaria informações sigilosas. O parlamentar é considerado o responsável pela montagem de um esquema ilegal de monitoramento de autoridades e figuras públicas consideradas inimigas do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ao Correio, a Abin alegou que "não houve obstrução" e que no cumprimento da operação da Polícia Federal "faltava um mandado específico, o que foi alertado pela área jurídica da agência". "Na diligência, a equipe da PF foi informada de que precisava do novo documento. Foi um alerta. Posteriormente, com o mandado em mãos, a PF cumpriu tranquilamente a tarefa. Foi questão de formalidade", concluiu.

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