INFRAESTRUTURA

Lula e Tarcísio "selam a paz" com acordo para o túnel Santos-Guarujá

Projeto estava se tornando um ponto de discórdia entre o governador paulista e o governo federal na disputa pela "paternidade" da obra e dos dividendos eleitorais esperados para 2026

Lula e Tarcísio: reunião antes do anúncio do governo federal sobre túnel em São Paulo -  (crédito:  Ricardo Stuckert/Presidência da República )
Lula e Tarcísio: reunião antes do anúncio do governo federal sobre túnel em São Paulo - (crédito: Ricardo Stuckert/Presidência da República )
postado em 30/01/2024 16:21 / atualizado em 30/01/2024 20:01

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou um recuou na intenção de realizar sozinho o túnel submarino ligando as cidades de Santos e do Guarujá no litoral paulista. A decisão ocorre depois de um “acordo de paz” selado em uma reunião entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com os ministros, Rui Costa (Casa Civil) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

O encontro dos três foi realizado na tarde desta terça-feira (30/01), no Palácio do Planalto, e o tema foi a obra que fará parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto estava se tornando um ponto de discórdia entre o governador paulista e o governo federal na disputa pela "paternidade" da obra e dos dividendos eleitorais esperados para 2026.

“(Tivemos uma) reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas para discutir projetos estruturantes e obras prioritárias para o estado de São Paulo”, disse o ministro Costa, que é do mesmo partido do governador paulista.

Sem previsão de investimento do governo paulista, o túnel (que tem um custo previsto de R$ 6 bilhões) deveria ficar aos cuidados da União, o que desagradava a Tarcísio de Freitas. A proposta do governador era financiar parte do túnel através do mecanismo de parcerias público-privadas (PPPs) e assim conseguir manter algum protagonismo com o projeto e colher os dividendos eleitorais.

Na reunião desta terça-feira ficou definido que o governo federal investirá cerca de metade do valor, R$, 2,7 bilhões, enquanto o governo do estado entrará com mais R$ 2,7 bilhões que serão financiados pela União através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além desses aportes, o projeto contará com a utilização de PPPs para completar os valores de construção, como defendia o governador Tarcísio. O projeto foi a "menina dos olhos" do ex-governador de São Paulo e ex-ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, possível candidato na sucessão paulista. 

Com o acordo entre União e governo de São Paulo, a expectativa é que o governador pode confirmar a presença, na próxima sexta-feira (2/2), no evento de comemoração dos 132 anos do Porto de Santos, em que está prevista a presença do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, quando deve ser feito o anúncio do início das obras.

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