OPERAÇÃO

Quem são os aliados de Bolsonaro presos pela PF nesta quinta

As prisões foram feitas no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura sobre uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado

O ex-assessor Filipe Martins e o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara foram um dos alvos de prisão na operação da PF -  (crédito: Reprodução/Agência Senado e Redes Sociais)
O ex-assessor Filipe Martins e o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara foram um dos alvos de prisão na operação da PF - (crédito: Reprodução/Agência Senado e Redes Sociais)
postado em 08/02/2024 08:57

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (8/2), dois ex-auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro: o ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência Filipe Martins e o ex-ajudante de ordens coronel Marcelo Câmara. Filipe Martins era considerado um dos mentores do chamado "gabinete do ódio" — grupo que usava as redes sociais para disseminar desinformações e mentiras sobre vários assuntos e inimigos do ex-presidente. Já Marcelo Câmara é citado em investigações envolvendo a família Bolsonaro.

As prisões foram feitas no âmbito da operação Tempus Veritatis, que apura sobre uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, a fim de obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.

Quem são Filipe Martins, Marcelo Câmara e os outros presos?

Em 2021, durante uma sessão no Senado, Filipe Martins protagonizou uma cena polêmica ao fazer um gesto obsceno com a mão, considerado símbolo de supremacistas. O ex-assesssor chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal. Além disso, na delação premiada à Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid, acusou o ex-assessor internacional de apresentar uma minuta de decreto para prender adversários e convocar novas eleições. Bolsonaro, segundo o militar, teria levado a proposta para a alta cúpula das Forças Armadas — mas obteve apoio apenas do almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, para a tentativa de golpe de Estado.

Já o coronel do Exército Marcelo Câmara atuava como ajudante de ordens e é citado em investigações, como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro.

Segundo informações do g1, outros dois militares também foram detidos: o major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins e o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Netto.

Outros alvos da operação

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

De acordo com o blog da Daniela Lima, do g1, outros alvos de mandados de busca são Braga Netto, Augusto Heleno, os ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro da Defesa Anderson Torres, além de outros militares e aliados políticos de Bolsonaro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também é alvo da operação. De acordo com informações do O Globo, Bolsonaro foi intimado nesta manhã em sua casa em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, está proibido de manter contato com os demais investigados, inclusive por meio de advogados. Ele também tem que entregar o passaporte em até 24 horas. 

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