Atos golpistas

Após ação da PF, classe política reage a plano de golpe e cobra respostas

Presidente do Senado, que seria afastado em caso de golpe, aponta "ação insensata de uma minoria irresponsável"

Rodrigo Pacheco:
Rodrigo Pacheco: "Cabe à Justiça a elucidação desses graves fatos" - (crédito: Alexandre Guzanshe/Estado de Minas)

O presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reagiu à operação da Polícia Federal (PF) contra a organização criminosa que planejava um golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assessores, militares e ministros do seu governo. A investigação indica que Pacheco foi apontado como uma das autoridades — ao lado dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes — cujas prisões estariam sendo arquitetadas.

Em nota, o senador afirmou que a imposição de um Estado de exceção estava em curso e que a trama golpista foi uma "ação insensata encabeçada por uma minoria irresponsável, que previa impor um Estado de exceção e prisão de autoridades democraticamente constituídas". "Agora, cabe à Justiça o aprofundamento das investigações para a completa elucidação desses graves fatos."

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), relembrou que, em 2021, denunciou "o gesto nazista do Filipe Martins", ex-assessor de Bolsonaro preso ontem na casa da namorada, em Ponta Grossa (PR). Ele foi denunciado, naquele ano, pelo Ministério Público Federal (MPF) por fazer um gesto associado a supremacistas brancos dos Estados Unidos em uma audiência no Senado.

A presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), negou as acusações dos bolsonaristas de que há perseguição política e afirmou que a operação é "a conclusão de um detalhado inquérito da Polícia Federal sob supervisão do Supremo Tribunal Federal, que desvendou a trama e seus novelos sujos". Para a parlamentar, "mimimi" de Bolsonaro "é mais uma vitimização que não cola".

Oposição ataca

A senadora e ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF), usou as redes sociais para dizer que "não há outro sentimento que não seja o de indignação". "Não podemos dizer que estamos surpresos, sabemos como funciona o mecanismo. Muitos não acreditavam quando a gente falava e agora estão vendo tudo acontecer", lamentou ela, em linguagem cifrada.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) voltou a dizer que "a política do Brasil é feita no Supremo Tribunal Federal" e responsabilizou a imprensa de manipular os fatos.

Para o ex-vice-presidente e atual senador, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), o país vive uma "situação de não normalidade". Ele criticou a condução de inquéritos e postou, nas suas redes sociais, que a PF está procurando "pelo em ovo".

Já o deputado federal Marco Feliciano (PL) disse perceber que "há uma força tarefa com uma única missão: destruir o maior partido de oposição do Brasil, usando a narrativa estapafúrdia de um tal golpe"

*Estagiária sob a supervisão de Vinicius Doria

 


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postado em 09/02/2024 03:01