Polícia Federal

Principais citados no caso de golpe ficaram calados em depoimento

Além de Jair Bolsonaro, outros 14 depoentes permanecem em silêncio diante dos agentes da Polícia Federal. Entre eles, os ex-chefes da Defesa e da Marinha

Os principais envolvidos na trama golpista que pretendia reverter o resultado das eleições de 2022 permaneceram calados diante da Polícia Federal. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), outros 14 depoentes recorreram ao direito constitucional de ficarem em silêncio. Nesta sexta-feira (15/3), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo dos depoimentos.

Entre os que ficaram calados, estão Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa do PL; Paulo Sérgio Nogueira; o ex-ministro da Defesa; e almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.

De acordo com o depoimento de Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, tanto ele próprio quanto o então comandante do Exército teriam se posicionado contra o eventual golpe. O então chefe da Marinha, Almir Garnier Santos, teria se colocado à disposição para discutir a minuta golpista.

Também permaneceram em silêncio em depoimento o ex-ministro Augusto Heleno (Segurança Institucional); os ex-assessores da Presidência Felipe Garcia Martins e Marcelo Costa Câmara; advogado Amauri Feres Saad; e o ex-major do Exército Aílton Barros.

Discussão do golpe

O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que Jair Bolsonaro apresentou a ele e aos outros comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto para instaurar um estado de defesa no TSE e "apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral" de 2022.

Segundo o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior, em depoimento à PF, Freire Gomes teria ameaçado, inclusive, ameaçado prender Bolsonaro caso ele tentasse efetivamente o golpe de Estado no Brasil.

“Em uma das reuniões dos Comandantes das Forças com o então presidente da República, após o segundo turno das eleições, depois de o Presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, diz trecho do depoimento.

Veja a lista completa dos que ficaram calados:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Almir Garnier Santos
  • Amauri Feres Saad
  • Angelo Martins Denicoli
  • Felipe Garcia Martins Pereira
  • Helio Ferreira Lima
  • Jair Messias Bolsonaro
  • José Eduardo de Oliveira e Silva
  • Marcelo Costa Câmara
  • Mario Fernandes
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  • Rafael Martins de Oliveira
  • Walter Souza Braga Netto
  • Ronald Ferreira de Araujo Junior
  • Augusto Heleno

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