investigação

Bolsonaro nega que foi pedir asilo à embaixada húngara

Em resposta à determinação do ministro Alexandre de Moraes,do STF, ex-presidente afirma que foi à representação diplomática para tratar de "assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador"

Em resposta ao Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro negou que tenha passado dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília, com o objetivo de pedir asilo político. Ele precisou se explicar por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente.

No documento, Bolsonaro afirmou que foi à representação diplomática para tratar de "assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador". A estadia no prédio ocorreu durante o carnaval e dois dias depois de ele ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão do passaporte, por conta de investigações da PF sobre a organização de um golpe de Estado.

"O peticionário (Bolsonaro) mantém a agenda política com o governo da Hungria, com quem tem notório alinhamento, razão porque sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador", salienta o documento remetido pelos advogados de Bolsonaro ao STF.

Alexandre de Moraes, por sua vez, enviou a manifestação da defesa do ex-presidente à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve emitir parecer em até cinco dias. Após isso, o ministro decide se impõe novas medidas cautelares — como o uso de tornozeleira eletrônica ou, na hipótese mais grave, a prisão.

Os advogados de Bolsonaro afirmam que ele não tem motivos para se refugiar na embaixada húngara. "Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga", salienta o documento remetido ao STF.

 

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