JUSTIÇA

Veja as acusações contra Carla Zambelli e hacker, que viraram réus no STF

A denúncia foi apresentada pela PGR em abril; os ministros decidiram aceitar a denúncia contra a dupla

 Delgatti confessou a invasão, disse que fez a pedido de Zambelli -  (crédito: Reprodução/X)
Delgatti confessou a invasão, disse que fez a pedido de Zambelli - (crédito: Reprodução/X)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (21/5), por unanimidade, receber a denúncia apresentada contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Com isso, os dois viram réus.

Por unanimidade, os cinco ministros decidiram aceitar a denúncia contra a dupla, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por invasão a sistemas do Poder Judiciário e inserção de documentos falsos.

A acusação cita que houve 13 invasões em seis sistemas do Judiciário, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. De acordo com a denúncia, foram inseridos 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Um dos elementos citados pela PGR na denúncia foi o fato de ter sido encontrado com Zambelli o arquivo com o mandado falso contra Moraes, antes de ele ser divulgado. O mesmo documento foi gerado uma hora antes no computador de Delgatti, o que indica que foi repassado entre eles.

De acordo com a denúncia, a deputada “arregimentou” o hacker Walter Delgatti, prometendo a ele benefícios em troca dos serviços. Além disso, a parlamentar teria prometido a Delgatti trabalho após o "serviço".

No ano passado, Delgatti confessou a invasão, disse que fez a pedido de Zambelli e que teria recebido R$ 40 mil pelos serviços. A deputada nega a acusação.

Em nota, o advogado Daniel Bialski, que defende Zambelli, afirmou que “a deputada não praticou qualquer ilicitude e confia no reconhecimento de sua inocência porque a prova investigação criminal evidenciou que inexistem elementos de que tenham contribuído, anuído e ou tomado ciência dos atos praticados pelo complicado”.


"Burrice" e "desinteligência"

Durante a sessão os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia classificaram uma das ações atribuídas à dupla como “burrice” e “desinteligência”. Os comentários foram feitos quando os ministros falavam sobre a inserção de um falso mandado de prisão contra Moraes, assinado pelo próprio ministro, no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Quando Vossa Excelência [Alexandre de Moraes] descreve que havia entre as notas com as providências a possibilidade de Vossa Excelência ter, inclusive, determinado a própria prisão, eu começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que atuam criminosamente, além de tudo sem qualquer tracinho de inteligência”, disse Cármen

Moraes, citando educação na fala de Cármen, disse que chamaria o caso de “burrice natural”.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 22/05/2024 10:05 / atualizado em 22/05/2024 10:06
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação