
A senadora Leila Barros (PDT-DF) se emocionou ao falar sobre a violência contra as mulheres no Brasil. Em discurso no Plenário do Senado, na terça-feira (11/3), a parlamentar comentou o caso da adolescente Vitória Regina Sousa, que foi encontrada morta em Cajamar (SP).
"Eu sei que há muita gente desinteressada na minha fala, mas é importante falar que é inaceitável isso. Eu tento não chorar. Eu tento não me indignar, mas está cansativo a gente falar só para a gente. Pelo amor de Deus. Século XXI! Uma menina de 17 anos, assassinada, degolada, cabelo raspado. Vocês acham isso normal? Vocês são pais de meninas, vocês têm irmãos, vocês têm mães, vocês têm irmãs", disse a senadora.
Leila discursou para marcar os 10 anos da Lei de Femínicidio no Brasil. Ela destacou que, desde a promulgação da norma, cerca de 12 mil mulheres foram assassinadas no país por razões de gênero.
Veja o vídeo:
"Estamos literalmente numa guerra. Em média, estamos falando de mais de três mulheres mortas todos os dias, ao longo de dez anos, exclusivamente por serem mulheres", citou.
Leila também fez um apelo aos senadores para que se unam no combate à violência contra a mulher. De acordo com a parlamentar, além da legislação, é essencial uma mudança cultural na sociedade para garantir a segurança e a dignidade das mulheres brasileiras.
"Não adianta a Bancada Feminina ficar aqui falando sozinha. Pelo amor de Deus. Não podemos mais aceitar isso. Alguma coisa precisamos fazer para reagir", disse.
Por fim, Leila afirmou que "não perdeu a capacidade de me emocionar e de se indignar com o que está acontecendo com as mulheres". "Desculpem a minha emoção. Vocês já me conhecem. E não me interessa se vão me julgar que sou uma afetada ou uma desequilibrada", citou.
Como denunciar violência contra mulher?
Diversas instituições atuam no enfrentamento e na prevenção da violência contra a mulher. Além do trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil, há a atuação do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, do Ministério das Mulheres, e também serviços da rede de atendimento e proteção.
- Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher: unidades especializadas da Polícia Civil, que realizam ações de prevenção, proteção e investigação dos crimes de violência doméstica e violência sexual contra as mulheres, entre outros. Acesse os contatos das Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher;
- Governo Federal: ligue 180 para denúncias e informações sobre violência doméstica;
- Polícia Militar: ligue 190;
- Ouvidoria Nacional da Mulher do Conselho Nacional de Justiça: (61) 2326-4615;
- Ouvidoria das Mulheres do Conselho Nacional do Ministério Público: (61) 3315-9476 (WhatsApp).
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