Congresso

Após impasse no PL, Bilynskyj é eleito presidente da Comissão de Segurança Pública

O cargo era da legenda, mas tanto Bilynskyj (PL-SP) quanto Coronel Meira (PL-PE) queriam a presidência. Os deputados tiveram que entrar em acordo para que a votação fosse realizada

Ex-delegado está em seu primeiro mandato na Câmara; foi vítima de uma tentativa de assassinato pela então namorada em 2020
 -  (crédito: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)
Ex-delegado está em seu primeiro mandato na Câmara; foi vítima de uma tentativa de assassinato pela então namorada em 2020 - (crédito: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi eleito presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP) da Câmara nesta quarta-feira (19/3). O parlamentar está em seu primeiro mandato. A eleição se deu depois de uma indefinição sobre quem seria o presidente. O cargo era do PL, mas tanto Bilynskyj — que já havia costurado acordo com colegas de partido — quanto o deputado Coronel Meira (PL-PE) manifestaram interesse em ocupar a presidência.

“Esse momento de gestão é voltado única e exclusivamente para a segurança pública. A minha gestão é para trabalhar o maior problema do Brasil hoje. Sem segurança pública não há trabalho; sem segurança pública não há educação; sem segurança pública não há renda. O mais importante que temos para fazer é garantir as inovações legislativas, a fiscalização do trabalho do governo federal, as indicações das funções que podem contribuir para a segurança pública e o diálogo com os municípios e os estados”, afirmou o parlamentar.

“Eu acredito que o Brasil não pode esperar pela nossa resposta. É aqui que a gente vai trazer a resposta aos anseios da sociedade. Anseios de segurança. (…) Vamos juntos trabalhar por um Brasil mais seguro. Por nós, pelas nossas famílias e por nossos filhos. Muito obrigado pelo voto de confiança e espero que, em parceria, o nosso objetivo seja alcançado”, pontuou Bilynskyj.

Os deputados tiveram que entrar em acordo para que a votação fosse realizada. Em determinado momento da sessão, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), chegou a fazer um apelo para que Bilynskyj e Coronel Meira se entendessem sob pena de intervenção da bancada do partido.

“A pior coisa que existe para um líder é ter que arbitrar entre dois colegas de bancada”, disse Sóstenes. Enquanto o acordo não veio, o então presidente Alberto Fraga (PL-DF), que presidiu a comissão no último ano, concedeu a palavra aos parlamentares presentes para dar tempo para as negociações.

Tentativa de assassinato

Em 2020, quando ainda era delegado da Polícia Civil, Paulo Bilynskyj foi baleado pela então namorada, a modelo Priscila Delgado de Barrios, 27 anos, dentro do apartamento onde morava. Depois de disparar seis vezes contra Bilynskyj, Priscila suicidou-se.

À época, o então delegado disse que o ataque foi causado por um desentendimento depois de a namorada encontrar mensagens em seu celular que a desagradaram. “Hoje, antes de eu sair do banho, ela deu seis tiros em mim. Depois deu um tiro nela mesma”, contou Bilynskyj em um vídeo gravado em 20 de maio de 2020, enquanto respirava com a ajuda de aparelhos.

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Ele já era influenciador em 2020 e defendia armamento para defesa pessoal. Na época em que foi baleado, tinha em casa cinco armas, sendo duas pistolas, um fuzil, uma metralhadora e uma espingarda.

Também já foi instrutor de um clube de tiro em São Paulo, do qual foi co-fundador e de onde foi expulso, em 2024, por, segundo seus sócios, realizar um curso com a participação de menores de idade.

Em 2022, a Justiça de São Paulo concluiu que a versão de Bilynskyj estava de acordo com as provas coletadas pela polícia e arquivou o caso.

Israel Medeiros
postado em 19/03/2025 17:28 / atualizado em 19/03/2025 17:29
x