Justiça

Advogado de Bolsonaro diz que não há provas contra ex-presidente e critica delação de Cid

Celso Vilardi criticou denúncia da PGR que, segundo ele, foi baseada exclusivamente na delação do ex-ajudante de ordens da Presidência

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a trama golpista, usou o tempo disponível para sustentação oral na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25/3), para atacar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. O jurista argumentou que não há provas concretas contra seu cliente e afirmou que a denúncia apresentada se baseou apenas no relator do ex-braço direito de Bolsonaro.

Vilardi iniciou a defesa afirmando que Bolsonaro “é o presidente mais investigado da história do país” e que “não se achou absolutamente nada” contra seu cliente. Segundo ele, seria impossível Bolsonaro ter começado a tramar o golpe em 2021, como apontou a PGR, pois ainda estava no poder.

"Essa apuração perdurou por meses, envolvendo diversas frentes e objetivos. Num primeiro momento, o foco era a própria live, em investigação determinada pelo TSE. Depois, o inquérito passou a incluir a análise do uso do cartão corporativo e, posteriormente, até emendas parlamentares entraram no escopo", completou.

Rosinei Coutinho/STF -
Gustavo Moreno/STF -
Gustavo Moreno/STF -
Antonio Augusto/STF -
Gustavo Moreno/STF -
Antonio Augusto/STF -
Fellipe Sampaio /STF -

"Houve quebra de sigilo de dados armazenados em nuvem, mas, em relação ao presidente, absolutamente nada foi encontrado. A suposta 'descoberta' de um documento no Partido Liberal se refere apenas a uma ata. Em relação a Jair Bolsonaro, não se encontrou absolutamente nada", reforçou.

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Segundo ele, a denúncia é baseada “na palavra exclusiva do delator”. Ele afirmou que o material deve ser confirmado por provas, mas que aconteceu o inverso. "O delator tem que falar e o Estado tem de trazer as provas."

“Não há nenhum outro elemento além da delação. Portanto, apresentou-se uma denúncia. Essa denúncia quando veio o PGR liberou 8 petições no dia da apresentação da denúncia. Meu cliente foi chamado um dia depois”, declarou Vilardi.

No mês passado, a PGR denunciou 34 pessoas, divididas em núcleos, por estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Segundo o órgão, o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha ciência e participação ativa em uma trama golpista para se manter no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro teve participação direta na tentativa de golpe, segundo a Polícia Federal. "Planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" dos atos que levariam ao golpe de Estado, que não se consumou por "circunstâncias alheias à sua vontade”.

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