CÂMARA

Quem assinou urgência para anistia decidiu 'romper com o governo', diz Lindbergh

Das 262 assinaturas coletadas para pedir que ele seja votado em regime de urgência, 146 são de partidos que têm ministérios no governo do presidente

Lindbergh Farias (PT), líder da bancada do PT na Câmara -  (crédito: Marina Ramos/
Câmara dos Deputados)
Lindbergh Farias (PT), líder da bancada do PT na Câmara - (crédito: Marina Ramos/ Câmara dos Deputados)

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Câmara, fez críticas aos deputados de partidos da base do governo Lula que assinaram o requerimento de urgência para o "PL da anistia", protocolado nesta segunda-feira, 14.

O projeto prevê o perdão a pessoas condenadas pelo ataque às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Das 262 assinaturas coletadas para pedir que ele seja votado em regime de urgência, 146 são de parlamentares do União Brasil, Progressistas, Republicanos, PSD e MDB, partidos que têm ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista à GloboNews nesta terça-feira, 15, Lindbergh afirmou que o governo deve cobrar os parlamentares em questão, responsáveis por mais da metade (56%) do apoio ao pedido de tramitação urgente.

"Não é o governo que está retaliando, é o deputado que está fazendo opção de romper com o governo. Não é razoável o governo aceitar alguém que queira anistiar quem tentou matar o Lula", afirmou.

Para o deputado, quem assinou o requerimento "está se associando a um projeto criminoso de rasgar a Constituição para tentar uma anistia de toda força para o ex-presidente Jair Bolsonaro". O União Brasil é responsável por 40 das assinaturas, seguido por Progressistas (35), Republicanos (28), PSD (23) e MDB (20).

O líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados acrescentou que a apresentação do pedido de urgência "não muda rigorosamente nada". "Eles estão dando como fato que conseguir as assinaturas, significa que o projeto será pautado. Isso é falso", declarou, dizendo ainda não acreditar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), vá colocar o projeto para votação.

A posição é compartilhada pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann (PT). Gleisi disse ao Estadão que "Conseguir assinatura para tramitação em regime de urgência não quer dizer que o projeto vá para a pauta" e que acredita na palavra de Motta de que o texto não será pautado.

Segundo apurado pela Coluna do Estadão, o presidente da Câmara busca um acordo costurado entre os Poderes como como solução alternativa para o impasse. O plano já foi mencionado ao presidente Lula e a pelo menos cinco ministros do STF.

Ele também tem como uma de suas promessas de campanha não pautar requerimentos de urgência com frequência, para valorizar o trabalho das comissões da Casa. Quando um projeto é votado nesse regime, ele pula a discussão nas comissão e é apreciado diretamente pelo plenário.

postado em 15/04/2025 23:57
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