
A Polícia Federal investiga um repasse no valor de R$ 5,2 milhões feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) a agência de turismo Orleans Viagens Ldta, com sede em São Bernado do Campo, São Paulo. Também é apurada a contração de uma empresa de locação de estruturas para eventos e de um buffet — que receberam transferências fracionadas da entidade.
A Contag foi a entidade foi a que mais recebeu do INSS. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), entre 2019 e 20244, a confederação arrecadou mais de R$ 2 bilhões por meio de descontos em mais de 1,3 milhão de aposentados e pensionistas.
Os sócios da agência de turismo são Silas Bezerra de Alencar e Wagner Ferreira Moita. A companhia é proprietária de 12 veículos, “sendo a maioria de aquisição recente e de alto padrão”, segundo a PF. Na semana passada, a 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal autorizou mandados de busca e apreensão contra os empresários e também na sede da empresa.
A Polícia Federal foi informada sobre o fluxo financeiro da Contag pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que indicou o gasto de R$ 26.457.531,95 das contas da confederação para 15 pessoas físicas e jurídicas ligadas aos setores de turismo, alimentação e eventos, além de federações estaduais vinculadas a entidade.
Em nota, a Contag diz ter "compromisso com a legalidade em todas as suas ações, e se coloca à disposição para colaborar com as investigações".
A agência de Orleans Viagens negou qualquer irregularidade e afirmou que todos os valores recebidos são referentes a passagens aéreas adquiridas para eventos e congressos realizados pela entidade. “A Orleans Turismo e seus sócios jamais tiveram ou tem qualquer vínculo de amizade, negócio com diretores ou funcionários da Contag”, diz a empreesa.
Na semana passada, a PF em conjunto com a CGU deflagraram uma operação que investiga um esquema que teria movimentado cerca de R$ 6 bilhões em fraudes nos descontos de taxas associativas. As denúncias recaem sobre entidades conveniadas ao INSS, cujos nomes ainda estão sob apuração.
A crise provocou a demissão do então presidente do instituto Alessandro Stefanutto. As investigações apontam que os descontos indevidos de valores de aposentados e pensionistas do INSS foram realizados no período de 2019 a 2024.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular