
A Meta informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (23/6), que o perfil do Instagram "gabrielar702", supostamente usado para tratar de temas relacionados à delação premiada de Mauro Cid, foi criado com um e-mail em nome do tenente-coronel.
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A informação consta de documentos que tiveram o sigilo retirado nesta segunda-feira pelo ministro Alexandre de Moraes. Segundo o relatório da Meta, a conta foi criada em 19 de janeiro de 2024 e acessada por diversos IPs entre maio de 2023 e junho de 2025. Além disso, o e-mail foi criado em 2005 e a data de nascimento do dono da conta é o mesmo de Cid.
O envio dos dados atende a uma determinação de Moraes, que pediu à Meta e ao Google informações sobre o perfil, após reportagem da revista Veja apontar que Cid teria mentido ao negar o uso da conta em interrogatório no STF na semana passada. Nos áudios divulgados e atribuídos a Cid, o ex-ajudante de ordens faz desabafos sobre a delação premiada e expressa medo de voltar à prisão. Além de criticar os termos de seu acordo de colaboração.
No depoimento, Cid disse não reconhecer o perfil como sendo da esposa dele e afirmou que não conversou com ninguém em redes sociais sobre a delação.
As investigações apontam que a conta foi usada para troca de mensagens com o advogado Eduardo Kuntz, que representa Marcelo Câmara, um dos réus por tentativa de golpe de Estado. O próprio Kuntz admitiu ao STF ser o interlocutor das conversas atribuídas a Cid.
Após a divulgação dos diálogos, Moraes mandou prender Câmara por descumprimento de medidas cautelares, já que ele estava proibido de ter contato com outros investigados, ainda que por intermédio de terceiros. O ministro também determinou a abertura de um inquérito contra Kuntz, por suposta obstrução de investigação penal.
A defesa de Mauro Cid, que antes negava a autoria das mensagens e classificava as acusações como “falsidade grotesca”, havia solicitado ao STF a investigação sobre a origem do perfil.
O Correio tentou localizar a defesa de Cid, mas não obteve resultado.